Rodoviários e patrões não chegam a acordo e TRT decide o reajuste da categoria nesta quarta

Antônio Assis
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Desembargador Pedro Paulo Pereira Nóbrega mediou as conversas até as 23h, sem sucesso

Foto: Edmar Melo/JC Imagem

JC Online

Os rodoviários da Região Metropolitana do Recife decidiram manter a greve iniciada na última segunda-feira (28) após cerca de sete horas de negociações com as empresas de ônibus na tarde e noite desta terça-feira (29). Os patrões ofereceram um aumento relativo ao índice da inflação, de 6,06%, mas os trabalhadores, que pedem 10% de reajuste, não aceitaram. O dissídio da categoria será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região às 17h desta quarta-feira (30).
“Nesta quarta serão julgadas seis cláusulas da convenção coletiva que não foram conciliadas. Todos esses pontos são de ordem econômica, como reajuste salarial, por exemplo”, afirmou o desembargador do TRT Pedro Paulo Pereira Nóbrega, que mediou as negociações entre empresas e rodoviários. O aumento da multa por descumprimento de cláusulas da convenção foi acordado entre as partes na reunião desta terça e será homologado na quarta. Antes, o valor que as empresas pagavam por descumprirem essas normas era de R$ 29 e passará para 10% do valor do salário do empregado.

 Durante a audiência, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Luiz Fernando Bandeira, afirmou que as negociações estavam difíceis, pois a nova diretoria (eleita em maio, mas com posse para dezembro) estava sendo intransigente. “Estamos com a mesma tarifa desde 2012, não há como chegar ao percentual que eles querem, é preciso flexibilizar”, avaliou.
Os rodoviários – que reivindicavam 30% de reajuste e caíram para 10% mais aumento do tíquete-alimentação de R$ 171,00 para R$ 320,00 – também consideravam a posição patronal inflexível. “Os empresários nos ofereceram um aumento linear de 6%, muito abaixo do que esperávamos, pois ele representa um acréscimo de R$ 0,37 no tíquete diário da categoria”, explicou Maria Rita Albuquerque, advogada do Sindicato dos Rodoviários. O presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes, Nelson Menezes, foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o sistema.
Em liminar expedida na última sexta-feira (25) o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinava que 100% da frota deveria circular pela Região Metropolitana. O Sindicato dos Rodoviários afirmou que a categoria estava disposta a cumprir a determinação, mas acusou as empresas de ônibus de reduzirem o número de veículos nas ruas, além de contratar motoristas e cobradores terceirizados. “Nos barraram nas portas das garagens, num sinal de que não estão dispostos a conversar”, disse Josivaldo José da Costa.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) afirmou desconhecer as alegações de que as empresas estariam contratando motoristas e cobradores terceirizados.
Por intermédio das redes sociais o Sindicato dos Rodoviários convocou manifestação para as 7h desta quarta-feira, na frente do Sindicato dos Professores Municipais do Recife (Sinpere), em Santo Amaro, área central do Recife.
Com a greve mantida, as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) suspenderam as aulas desta quarta-feira na Região Metropolitana.

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