A relação entre as pontes e a mobilidade no Recife

Antônio Assis
0
Diario de Pernambuco


As pontes do Recife cortam seus territórios e unem lugares, bairros e até cidades, sendo, nos séculos passados, responsáveis pelo desenvolvimento de diversas áreas. Mas engana-se quem pensa que sua utlidade se restringe ao passado. Foram os elevados que deram margem aos deslocamentos pelos eixos norte/sul e leste/oeste, alvos do principal sistema viário em implantação da capital pernambucana, os BRTs.  A relação entre as pontes e a mobilidade é o que trata o livro Pontes do Recife: a construção da mobilidade, do arquiteto José Luiz Mota Menezes.

Com fotos antigas e ilustrações, como as das pontes da Boa Vista, no séxulo XX, e da Madalena, em 1878, a publicação faz uma retrospectiva do surgimento dos elevados e destaca o crescimento horizontal de ruas e avenidas, a partir da concepção das pontes. O livro será lançado às 17h desta quarta-feira, no auditório do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), na Boa Vista, e acompanha um CD com a audiodescrição do conteúdo para deficientes visuais ou com visão reduzida. 

Segundo José Luiz Mota Menezes, a ponte Maurício de Nassau, inciada em 1641, contribuiu para o crescimento de bairros como Santo Antônio, São José e Boa Vista. “Antes da ponte a travassia para esses bairros só era possível com a maré mansa porque ali tinha os rios Beberibe e Capibaribe. Com a expansão, na segunda metade do século 18, das moradias na direção das antigas povoações que serviam os engenhos, à exmplo da Várzea, também foram construídos os elevados da Madalena, Torre e Lasserre. Sem ela não teríamos o BRT tão falado”, disse. 

As três pontes surgiram, de acordo com o arquiteto, da convivência das pessoas com seus lugares e as facilidades do ir e vir, resultado do planejamento e da busca por qualidade de vida. Outra que funcionou como um sistema integrado foi a ponte da Caxangá. Importante na exportação de alimentos na época, ela, que foi a primeira em formato pênsil (suspensa) construída no Brasil, abria passagem do Recife a São Lourenço.  

Nos dias atuais, seguindo o conceito de ligar lugares e influenciar a mobilidade, um viaduto está em construção no bairro de Dois Irmãos. Quando concluído, ele vai se ligar à bairros como Iputinga, Barbalho e Engenho do Meio. “Vai retirar parte do trânsito pesado da BR-101, que passa pela Cidade Universitária, e vai direto para Apipucos”, acrescentou Menezes.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)