CicloVivo
Ser médico é colocar o bem estar do ser humano em primeiro lugar. E essa lição o doutor Jim Withersaprendeu mais nas ruas do que nos bancos da faculdade . Há duas décadas, ele sai na madrugada para tratar de pessoas que vivem em situação de rua.
Para facilitar a aceitação dos moradores, em serem cuidados por ele, Withers se veste com roupas e sapatos desgastados e disfarçadamente aproxima-se deles, conquistando confiança. Desta forma, consegue realizar os procedimentos ali mesmo. Em casos mais graves, o médico faz o possível para convencê-los da necessidade de ir até o hospital.
Esta forma inusitada de amenizar a dor dos sem-tetos transformou-se em um movimento global, batizado de Street Medicine Institute (Instituto Medicina de Rua). A ideia que começou a ser desenvolvida em Pittsburgo, na Pensilvânia (EUA), hoje reúne médicos voluntários em diversos locais da América, África, Ásia e Europa.
Foto: Jim Withers/Facebook
Atualmente, os médicos saem em equipe com vans equipadas com serviços móveis, como clínicas médicas ao ar livre. O instituto realiza reuniões internacionais anuais que preparam médicos e estudantes de medicina a atuarem nas ruas.
Em entrevista à Revista Galileu, Withers explicou que, quando começou, ele queria se tornar parte da comunidade, atendendo os pacientes sem muitos empecilhos.
Apesar de avaliar que quem vai às ruas aprende a respeitar as condições e realidade do outro, para ele, nem todos os profissionais estão aptos para esse tipo de trabalho. Seu próximo passo é lançar um livro em que relatará as histórias que viveu durante esse tempo.
“A essência da medicina de rua tem como regra de ouro fazer aos outros o que gostaríamos que os outros fizessem por nós. Isso obriga-nos a acreditar que os outros são dignos o suficiente para merecer nossa compaixão”, define o instituto no site.
Médicos em comunidade de Praga. Foto: Jim Withers/Facebook