Protestos podem ser tema de redação

Antônio Assis
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Diario de Pernambuco

As manifestações populares que ocorreram no ano passado e tomaram conta dos noticiários e das redes sociais podem ser um dos temas abordados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontecerá nos dias 8 e 9 de novembro, e em outros vestibulares. Na terceira reportagem da série Revisando para o Enem, o professor de Redação do Colégio Motivo, Mário Sérgio, explica, passo a passo, como desenvolver um bom texto dentro desta temática.

Sempre motivo de muita tensão entre os feras, a redação não precisa ser um bicho de sete cabeças. De acordo com Mário Sérgio, a orientação para o candidato a uma vaga nas universidades é a mesma para qualquer tema: “É importante seguir um roteiro. O Enem geralmente obriga o aluno a desenvolver uma intervenção, apontar uma solução para o problema. Se ele não desenvolver já perde a competência, ou seja, 200 pontos”, explica.

A dica é começar a redação apontando um problema. Tomando como exemplo as manifestações de rua, dois aspectos podem ser abordados: o direito legítimo às manifestações, já que vivemos num país democrático onde o cidadão pode e deve opinar nas diferentes diretrizes, e como se dá esse protesto, de forma pacífica ou mais contundente. “Uma sugestão para ele desenvolver o assunto seria analisar as duas formas criticamente, o que resultou do pacifismo de concreto? Por outro lado, as atuações mais veementes acabaram por introduzir vândalos às manifestações, distorcendo os ideais”, explica Mário Sérgio.
No último parágrafo o aluno precisa concluir com a intervenção, o que fazer, como fazer e quem vai fazer. “É importante detalhar. Ainda tomando nosso tema como exemplo, uma sugestão seria que essas manifestações deixassem algo mais concreto, mostrando que as duas atuações, a pacifista e a outra mais contundente, falharam. Faltou planejamento, como elaborar as diretrizes que vão nortear as mudanças que o país precisa e como elas vão chegar aos representantes do poder. Poderia ser uma pauta via internet já que é um nicho de liberdade de expressão muito forte”, sugere.
O professor Mário Sérgio enfatiza que existem diversas formas de desenvolver a temática. “O importante é que ele obedeça às regras: Na introdução levantar o problema, no corpo desenvolver as vertentes desse problema e fechar apontando uma solução”, conclui. A estudante Marcela Cazé, 17, está atenta às dicas. “Tenho lido muito sobre o assunto, comecei a acompanhar desde o ano passado já imaginando que poderia cair na prova”, diz Marcela.

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