Seis praças de Burle Marx serão tombadas

Antônio Assis
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Diario de Pernambuco


Depois de seis anos emperrado, o tombamento de seis praças projetadas pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994) no Recife foi publicado ontem no Diário Oficial da União e está a um passo de ser definitivo. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) dará um prazo de 15 dias para questionamentos da sociedade e submeterá a solicitação à homologação do conselho consultivo da instituição.

De acordo com o presidente do Iphan em Pernambuco, Frederico Almeida, o tombamento valoriza a arquitetura modernista no Brasil. Estão incluídas na lista de proteção as praças de Casa Forte, Euclides da Cunha, da República (junto com o jardim do Palácio do Campo das Princesas), Derby, Ministro Salgado Filho (do aeroporto), e Dois Irmãos.

A proteção foi um pedido do Laboratório de Paisagismo da UFPE, que concluiu em 2011 um inventário com detalhes como o tipo de vegetação que compõe os espaços e seu valor histórico. Segundo a coordenadora do departamento, Ana Rita Sá Carneiro, as praças sofrem com as descaracterizações. “Na Faria Neves estão permitindo atividades em que as crianças brincam com pôneis e eles sujam a praça, comem a grama, danificam as plantas”, exemplificou.

No âmbito municipal, a prefeitura está elaborando um decreto para transformar os espaços em jardins históricos. “Com o tombamento, a prefeitura precisará ter um cuidado maior, porque terá que utilizar uma equipe específica, com sementeira para dar suporte à manutenção da vegetação e não permitir ações na praça”, afirmou a técnica do Executivo e professora da UFPE, Lúcia Veras.

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