CASTRO ELOGIOU OBAMA, MAS CRITICOU EUA POR 'HISTÓRICO DE AGRESSÕES'

Antônio Assis
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Do Opera Mundi - Durante discurso na VII Cúpula das Américas, O presidente de Cuba, Raúl Castro, criticou neste sábado (11/04) o histórico de "agressões imperialistas" dos EUA contra a América Latina.

Nos 42 minutos de discurso, o líder cubano fez uma retomada histórica das relações entre EUA, Cuba e América Latina. Destacou, sobretudo, as "guerras, conquistas e intervenções" dos EUA, país que classificou como "força hegemônica que despojou de territórios toda nossa América e se estendeu até o rio Bravo".

No entanto, Raúl Castro enfatizou que Obama não tem responsabilidade pelo passado de sanções e embargos a Cuba e elogiou o norte-americano pelo diálogo que estabeleceu com Havana.

"A paixão me sai pela pele quando se trata da revolução, mas peço desculpas ao presidente Obama porque ele não tem nada a ver com tudo isto", declarou.

"Todos (anteriores a Obama) têm dívidas conosco, mas não o presidente Obama", que "é um homem honesto" e com uma "forma de ser que obedece a sua origem humilde", comentou.

"O presidente Obama nasceu sob a política do bloqueio a Cuba, também não tem culpa disso, mas esse e outros elementos deverão ser resolvidos no processo de normalização de relações", disse.

Assim como a presidente Dilma Rousseff, o líder cubano exigiu um novo posicionamento dos EUA em relação à Venezuela."Nós sabemos porque (os venezuelanos) estão passando pelo mesmo caminho pelo qual nós passamos e estão passando pelas mesmas agressões pelas quais nós passamos", disse.

Obama afirma que reaproximação com Cuba abre nova era na América

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também discursou hoje (11). O norte-americano disse que o seu país "não será prisioneiro do passado" com Cuba nem com a América Latina.

Obama disse estar convencido que, se continuar o diálogo bilateral entre seu governo e o de Raúl Castro, haverá progressos, apesar das "diferenças".

"Os Estados Unidos olham para o futuro. [...] Não estou interessado em disputas que francamente começaram antes que eu nascesse", criticou.

Obama qualificou a cúpula - na qual estão presentes os 35 países do continente americano, inclusive Cuba, pela primeira vez na história - de "momento histórico" e disse que a aproximação entre EUA e Cuba marca um "ponto de inflexão" para toda a região.

O "giro" da política americana em relação a Cuba "aprofunda nosso compromisso" com toda a região, segundo Obama, que declarou que desde que chegou à Casa Branca em 2009 sua proposta foi a de manter uma relação de "parceria" e de igualdade com o continente.

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