Preocupado com a fusão com o PPS, PSB de Pernambuco tenta adiar congresso do partido

Antônio Assis
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O governador Paulo Câmara (PSB) recebeu, ontem, a ex-senadora Marina Silva, que, apesar de ser filiada ao PSB, busca apoio para a criação da Rede Sustentabilidade. Foto: Roberto Pereira/SEI

Marisa Gibson
Diário de Pernambuco

Manobras

As executivas do PSB de Pernambuco e da Paraíba estão tentando adiar o congresso do partido, marcado para 20 de junho, para decidir a fusão com o PPS. Argumenta-se que, nessa época junina, vai ser difícil a presença dos nordestinos em Brasília. O objetivo é ir empurrando a questão até que chegue fim de setembro sem que a fusão tenha sido decidida.

Fatias e barganhas 

Até hoje, nenhum projeto de reforma política, que possa ser considerado sério, foi levado adiante devido aos interesses partidários, que transformam qualquer proposta numa espécie de protocolo de intenções em que as partes que assinam não perdem nada. As divergências sobre o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB/PI), da Comissão Especial que tratou do assunto, assim como o novo projeto apresentado pelo deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), o relator de última hora, são reflexos dessa realidade. Quando se trata de reforma política, o Congresso é uma Torre de Babel. Cada partido tem a sua linguagem sem a menor conexão com os interesses do país. Nenhuma sigla – grande, pequena ou nanica – quer perder espaço. A análise fatiada da reforma política foi a fórmula encontrada pelo comando da Câmara dos Deputados para pulverizar a questão e abrir espaço para se barganhar com segurança o voto dos pequenos partidos. Exemplo disso foi o substitutivo de Rodrigo Maia, flexibilizando a cláusula de barreira, permitindo que um partido, mesmo só com um deputado tivesse direito a tempo de televisão e fundo partidário. Enfim, faz-se uma grande encenação e, dentro desse espetáculo, enxertam-se propostas vergonhosas, que muitas vezes a opinião pública sequer toma conhecimento. Desta vez, o dono do show é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), cuja fome com a vontade de comer permitiu que exacerbasse o seu autoritarismo, jogando na lata do lixo o relatório do colega do Piauí. Essa face perversa do poder foi bastante aplaudida por muitos parlamentares. 

Pacto de sangue

Mesmo saindo do PSB,Marina Silva estará sempre ao lado dos socialistas pernambucanos, conforme prometeu ao governador Paulo Câmara, que ficou muito agradecido pela fidelidade demonstrada pela ex-senadora.

Homenagem

O empreendedorismo e a atuação política do empresário Armando Monteiro Filho foram destacados por vários senadores, ontem, na concorrida solenidade da entrega do Diploma José Ermírio de Moraes, concedido anualmente pelo Senado a lideranças empresariais. O empresário foi representado pelo neto, Armando Bisneto, filho do ministro Armando Monteiro Neto, que acompanhou a presidente Dilma, na visita ao México. 

Ciúmes

A Comissão Interinstitucional coordenada pela Ordem, que está finalizando texto de um anteprojeto de Código Penitenciário Estadual, ficou surpresa com a criação de uma outra comissão pelo secretário de Justiça, Pedro Eurico, onde o representante da classe dos advogados é Emerson Leônidas, adversário derrotado pelo presidente Pedro Henrique nas últimas eleições da OAB.

Evangélicos 

O PCdoB, PSB, PMDB, já em pré-campanha em Olinda, sonham com uma composição para vice ou com o apoio dos pré-candidatos, do segmento evangélico, o deputado e bispo da Universal Ossesio Silva (PRB) ou o deputado Professor Lúupércio (SD), da Assembleia de Deus.

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