Professor da rede municipal de Petrolina cria banca de estudos gratuita

Antônio Assis
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Anamaria Nascimento
Diário de Pernambuco

De bicho papão a aliada dos estudantes. Um professor da Escola Municipal Eliete Araújo de Souza, em Petrolina, Sertão do estado, conseguiu mudar a visão dos alunos sobre a matemática, disciplina que deixou de ser temida para ser admirada. Percebendo a dificuldade dos estudantes com a matéria, o professor Raimundo Nonato, 46 anos, resolveu usar o tempo livre para ensiná-los a “domar” os números e montou uma banca de estudos gratuita para os alunos.

No período da tarde, ele ensina às turmas de ensino fundamental da escola municipal. Uma vez por semana, pela manhã, ele aproveita para também dar aulas de reforço aos 25 estudantes de 9º ano - antiga 8ª série - da unidade de ensino que apresentam maior dificuldade na disciplina. “A ideia surgiu em 2013, quando percebi que os meninos chegavam ao fim do ensino fundamental sem saber fazer operações básicas”, conta o professor.

Além de não cobrar pelas aulas, Nonato não recebe pagamento extra da Prefeitura de Petrolina para fazer o trabalho de reforço. “A remuneração vem de outra forma. Vem de quando vejo meus alunos ganhando medalhas nas olimpíadas de matemática ou quando percebo que os índices da escola melhoraram nos últimos anos”, pontua. Toda segunda-feira, das 8h às 11h, os estudantes encontram o professor para revisar os conteúdos do 5º ao 9º ano.

Em 2013, quando o projeto foi implementado, a proporção de alunos que aprenderam o adequado na competência resolução de problemas até o 9º ano cresceu consideravelmente. Em 2009, o índice de estudantes da escola com aprendizagem regular em matemática era de 10%, de acordo com a Prova Brasil. 

Dois anos depois, o número subiu para 18%. Em 2013, porém, o salto foi de 14 pontos e chegou a 36% dos alunos sabendo resolver problemas. O objetivo do professor, porém, é alcançar o mais rápido possível a meta estabelecida pelo movimento Todos Pela Educação, que é de 70% até 2022.

Simulados, provas com questões de avaliações externas e questões tiradas das olimpíadas de matemática são usadas para estimular a aproximação dos alunos com os números. “Além do aumento nos índices das provas que avaliam a escola, tivemos como resultado duas medalha de bronze (uma na etapa municipal e uma nacional) além de uma menção honrosa nas olímpiadas”, contabiliza o professor. “Eu não gostava de matemática, tinha dificuldades e minha mãe não podia pagar um reforço. Agora, gosto de fazer contas”, revela Ana Clara Santos, 14 anos.

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