Folha-PE
Proporcionar uma experiência de educação ambiental para pessoas com diferentes tipos de limitações, seja mental, visual ou auditiva. É assim o projeto pioneiro Zoo Especial, que passou a integrar o calendário de atividades gratuitas do Parque Dois Irmãos, sempre nas últimas quintas-feiras do mês. A alegria estava refletida no rosto da pequena Laís Rodrigues, de 6 anos, no primeiro dia do projeto, na última quinta-feira (27). Ela, que teve perda total da visão após desenvolver a síndrome de cushing há dois anos, pôde conhecer e tocar um furão pela primeira vez. "Ele é macio e comprido. Foi o bichinho que mais gostei de pegar", disse, entusiasmada. Assim como ela, outras crianças e adultos, que passam por tratamentos na Fundação Altino Ventura, puderam sentir a textura de outros animais silvestres como a coruja-das-torres e serpentes, pertencentes à empresa TrilogiaBio, uma das parceiras do projeto.
Enquanto o furão foi o animal que mais fez sucesso entre a garotada, a preferência do pequeno Davi Henrique, 4 anos, foi pela coruja-das-torres. "Acho que ela é bonita. Gostei de tocar numa coruja", disse ele, que enfrenta os problemas da deficiência visual desde que nasceu. A mãe dele, a dona de cada Marta Maria da Silva, 28, compactuou com a felicidade do filho. "Ganhei o dia só em ver a alegria de Davi. Me dedico 24 horas para ele, mas é difícil distrair Davi já que ele, por ser cego, tem uma rotina bastante limitada.O dia foi um presente para mim também", comemorou. A iniciativa contou com o apoio de tradutores de libras, monitores especiais e guias treinados que, num gesto voluntário, acompanharam a visita dos pacientes num roteiro, que incluiu visita ao museu e setores do zoológico, onde foram explicados os costumes e características de cada espécie que habita o espaço.