Barbosa critica Cunha, PSDB e políticos que ‘só pensam no dinheiro das empresas’

Antônio Assis
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JULIA AFFONSO E MATEUS COUTINHO

ESTADÃO

Joaquim Barbosa. Foto: André Dusek/Estadão

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, usou o Twitter nesta terça-feira, 6, para criticar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PSDB, e o ‘comportamento dos políticos’, que, segundo ele, ‘só pensam numa coisa: no dinheiro das empresas’.

Eduardo Cunha é alvo da Lava Jato e foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que lhe imputa corrupção e lavagem de dinheiro. Foram três posts de Joaquim Barbosa em 8 minutos, entre 15h23 e 15h31:

“Notem o comportamento dos políticos: a) nossa economia está aos frangalhos, mas eles só pensam numa coisa: no dinheiro das empresas!”, escreveu na primeira mensagem, em alusão ao financiamento empresarial de campanha eleitoral, derrubado pelo Supremo e pela presidente Dilma Rousseff (PT).


Na segunda mensagem, o ex-presidente do Supremo apontou para Eduardo Cunha, embora não tenha citado seu nome. “b) contra o presidente de uma das Casas do Congresso há acusações de crimes graves, mas ele é apoiadíssimo pelo PSDB!”, disse, emendando. “Dá para levar essa gente a sério? Não dá, né?.”

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), afirmou na tarde de segunda-feira, 5, que o partido vai aguardar mais informações quanto a existência de contas bancárias na Suíça em nome de Eduardo Cunha, além do suposto envolvimento do peemedebista em esquemas de corrupção, já denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. “Seria leviano da minha parte afirmar que ele está envolvido. O Ministério Público ainda aguarda informações da Suíça e ele tem, por hora, o benefício da dúvida”, afirma.

“Eduardo Cunha foi informado sobre o congelamento de seus ativos”, declarou a Procuradoria-Geral da Suíça em um comunicado oficial ao Estado.A Suíça bloqueou valores estimados em US$ 5 milhões em contas atribuídas ao presidente da Câmara e a familiares dele. Nesta terça, o Ministério Público da Suíça negou a versão do deputado de que ele desconhece o teor das notícias veiculadas sobre suas contas no país europeu e garantiu que o parlamentar foi alertado sobre o congelamento de seu dinheiro.

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