Pernambuco tem alto índice de crianças diagnosticadas com AIDS; casos podem ser evitados

Antônio Assis
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O primeiro passo para que o índice diminua pode parecer um tanto óbvio: é preciso que a gestante seja diagnosticada com HIV ou AIDS. Muitas mulheres desconhecem a própria condição. Foto: Cesar Brustolin/SMCS/Fotos Públicas

Laís Araújo
Diário de Pernambuco

Estado lidera índices de casos no Nordeste. Para evitar a transmissão vertical de AIDS, é necessário que a gestante faça exames, tome a medicação necessária e não amamente

Pernambuco se destaca do Nordeste por um dado preocupante: mais de 34% das crianças até cinco anos diagnosticadas com AIDS na região estão concentradas no estado. A informação, referente ao último ano que a pesquisa foi realizada, é especialmente inquietante, já que esta transmissão acontece verticalmente - passada de mãe para filho - e pode ser evitada. Os dados comparativos estão disponíveis no Observatório da Criança e do Adolescente, site lançado hoje pela Fundação Abrinq, que reúne e possibilita o acesso a indicadores sociais diversos – de educação à violência – da população com 18 anos ou menos, em todas as regiões do país.

Alaíde Elias da Silva dedicou 20 anos de sua vida para diminuir o sofrimento de famílias e crianças com o vírus no Recife. Ela engajou nesta luta, tendo como suporte uma pequena casa na Boa Vista, após a morte de seu próprio filho, Rachid, que com um ano de idade contraiu HIV a partir de uma transfusão de sangue. Alaíde conviveu com inúmeras famílias a partir da ONG Viva Rachid, criada por ela, e acredita que há uma série de fatores que se retroalimentam e contribuem para o alto número de crianças infectadas. “Não é apenas um fato isolado que gera esta situação, mas uma situação complexa. Às vezes não há o uso do preservativo por causa de um homem machista, que não aceita. A mulher também pode estar submetida a uma situação de violência, e ambos podem ser ignorantes quanto ao risco real da doença. E a situação se agrava com o começo dagravidez.

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