Proibido há quase 15 anos, cerol continua sendo perigo para ciclistas e motociclistas

Antônio Assis
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Pescoço da ciclista foi ferido por linha de pipa em Boa Viagem
Foto: Carolina Paraíso/Cortesia

JC Online

A lei 11.931, que proíbe o uso do cerol em linhas de pipas em Pernambuco, foi sancionada em janeiro de 2001. Quase 15 anos depois, a mistura de cola e pedaços de vidro continua em uso e sem fiscalização, provocando acidentes principalmente envolvendo motociclistas e ciclistas. Sem fiscalização ou mesmo estatísticas oficiais sobre isso, só resta tomar cuidados.

Um acidente deste tipo por pouco não tirou a vida do motociclista Ricardo Moraes, 38 anos. Há dois anos ele trafegava na antiga BR-101, na altura do bairro de Ponte dos Carvalhos, quando uma linha com cerol atingiu seu nariz próximo aos olhos. “Eu vi que tinham dois meninos com pipa na calçada da estrada e de repente ouvi um barulho como se fosse a serra de faca passando nos dentes. Parei a moto, coloquei a mão no pescoço mas não senti nada. De repente começou a pingar sangue no tanque da moto e quando olhei no retrovisor vi meu nariz solto”, relembrou ele.

Ricardo chegou a receber os primeiros socorros de funcionários de uma empresa localizada às margens da rodovia, mas precisou ser levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência até o hospital Dom Hélder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, onde recebeu seis pontos no nariz. “Eu estava com aqueles capacetes que não tem a parte do queixo e com a viseira aberta. O óculos que estava usando ficou riscado pela linha, ou seja, poderia ter atingido meus olhos. Pior. Se a viseira estivesse fechada poderia ter cortado meu pescoço”, detalhou o motociclista que também usa o veículo para trabalhar. “Hoje eu não pego uma moto sem corta-pipa nem para ir na esquina. Eu poderia não estar aqui. Como ficaria minha filha e minha esposa?”, completou.

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