Quem vai apagar a luz? - Mariliz Pereira Jorge

Antônio Assis
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Não sei você, mas eu estou aplaudindo em pé a debandada dos patrocinadores da CBF. Dessa vez foi a Michelin quem resolveu, sabiamente, romper com a entidade. Mesmo para uma fabricante de pneu ter seu nome vinculado à lama em que a entidade afunda deve ser escorregadio.

A CBF trata tudo como se fossem decisões comerciais rotineiras. "A Michelin focou e manterá sua linha de comunicação em torno de temas-chave como mobilidade, segurança no trânsito, inovação, serviço ao cliente e sustentabilidade".

Mentira. Ou meia verdade.

E uma debandada a passos de tartaruga, mas uma debandada. Em exatos dois meses é a quarta empresa que pega a sua bola, um naco volumoso de dinheiro e acaba com a brincadeira. Primeiro foi a Gillette, depois a Unimed Seguros. Na semana passada foi a vez da Sadia.

Sinto uma simpatia enorme por todas essas marcas que mandam uma mensagem clara aos figurões do futebol: não vamos compactuar com sem-vergonhice.

No começo de outubro e novamente em dezembro, essa coluna questionou a omissão das empresas que apoiam a CBF. Outros jornalistas fizeram o mesmo. A sociedade está cobrando.

Parece que as cabeças pensantes por trás dessas marcas finalmente entenderam que a parceria, nesse momento, não é uma boa ideia. O que estão esperando os outros? Mais escândalos, mais cartolas presos –porque eles hão de ser– e menos clientes?

Meu celular é Vivo, minha conta bancária é Itaú, tenho produtos Nike, bebo cervejas produzidas pela AmBev. Não deveríamos, todos nós, boicotar essas empresas para que elas entendam, pelo bolso, que têm muito a perder ao se associar a uma entidade bandida?

Posso apostar que no rastro de Gillette, Unimed, Sadia e Michelin vêm outras, mas qual delas vai se prestar a apagar a luz desse período negro da história do futebol brasileiro?

SUPER BOWL

Quem não vai pular o Carnaval e é ligado em esporte tem um programão para amanhã. O Super Bowl, entre Denver Broncos e Carolina Panthers.

Mesmo que você não tenha intimidade com o esporte, ainda assim vale. Eu estava nos Estados Unidos, no ano passado, e pude ver como o país se mobiliza para acompanhar o principal evento da NFL –Liga Nacional de Futebol Americano.

As ruas ficam vazias, os bares cobram fortunas pela entrada e muita gente paga para acompanhar os jogos em super telões e com muita bagunça. É mais do que uma simples final de campeonato.

É o principal evento publicitário do mercado americano. Para ter 30 segundos de propaganda nos intervalos do jogo, cada empresa pagou este ano U$ 5 milhões. E é uma competição de criatividade. Andei navegando pela internet, onde os comerciais já estão disponíveis e destaco duas aqui, "Marilyn", para Snickers, e "Primeiro Encontro", para Hyundai.

Outro ponto alto é a atração musical, que este ano trará Coldplay e Beyoncé. Especula-se que Brunos Mars deve fazer uma participação. Imperdível.

Terei que ver outro dia. Na mesma hora, participo do desfile da escola de samba União da Ilha, no Rio. Uma amiga me chamou e eu topei sem nem saber com que fantasia e muito menos o enredo da escola. Ontem descobri que é sobre a Olimpíada. Posso, agora, até dizer que é trabalho.

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