Brasileiros criam app que informa a cegos se semáforo está fechado ou livre

Antônio Assis
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Correio Brasiliense

Um cego tenta atravessar a rua, mas não consegue, pois ninguém diz a ele quando o semáforo está aberto ou fechado. Essa cena, vista da janela de um prédio da Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, foi o pontapé para o desenvolvimento de um dispositivo que indica a deficientes visuais a hora certa de cruzar a via, sem risco de ser atropelado. O aparelho foi criado por um grupo de oito engenheiros quando ainda eram estudantes do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH). O tempo passou e a tecnologia avançou. Agora, seus inventores a transformaram em aplicativo de celular, o que deve facilitar o acesso à inovação.

A ideia partiu do engenheiro eletricista Guilherme Henrique Camelo, que presenciou a dificuldade daquele cego para se locomover pela capital mineira. A criação de um aparelho que resolvesse esse problema foi abraçada por sete colegas, no Laboratório de Circuitos Elétricos da instituição de ensino. Em um ano e meio, estava criado o transpônder, aparelho que funciona por meio de radiofrequência.

Originalmente, o sistema é composto de duas partes. Uma fica conectada aos semáforos. A outra é uma espécie de relógio de pulso, que deve ser usada pelo cego. Um dos desenvolvedores da tecnologia, o engenheiro eletricista Marcelo Faleiro explica que, ao se aproximar do sinal, o relógio começa a vibrar. Cada tipo de vibração — contínua, espaçada ou lenta — identifica quando as luzes estão verde, amarela ou vermelha. A vibração é coordenada com o tempo de programação dos equipamentos de trânsito.

O transpônder foi patenteado em 2012, mas não chegou ao mercado, pois os então estudantes precisaram se dedicar a outros projetos. Faleiro e o colega Rafael Zanini resolveram retomar o trabalho, buscando aprimorar a tecnologia. “Começamos a mexer, tentando melhorar o produto e adaptá-lo para celular. Em vez do relógio, o deficiente visual pode baixar um aplicativo, o que reduziria muito o custo do produto”, afirma Faleiro. O sistema usado no celular é o mesmo do relógio de pulso. “Não há qualquer mudança”, diz.

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