Folha-PE
Idosos e pessoas com deficiência mental foram resgatados de abrigo clandestino em Pau Amarelo, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR) na tarde desta terça-feira (24). Uma mulher foi presa em flagrante por policiais civis da Delegacia de Paulista. Jeane Vieira da Cunha será encaminhada, ainda nesta terça, à Penitenciária Feminina Bom Pastor, na Capital pernambucana.
No início de 2016, o lar “Viver Bem”, que funcionava no Centro do município, foi fechado duas vezes pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por irregularidades nas documentações, conforme explicou o delegado titular da Delegacia de Paulista, Gilmar Rodrigues. A promotora responsável pelo caso é Cristina Ramalho.
Após a última interdição, a proprietária do estabelecimento retirou todas as 14 pessoas que estavam no abrigo e as levou a um outro estabelecimento, em Pau Amarelo. Os familiares dos pacientes não foram informados da localização e procuravam por eles.
“O MPPE fechou o lar Viver Bem, no centro, duas vezes neste ano e as pessoas deveriam ser devolvidas aos parentes ou entregues ao município para que as situações delas fossem regulamentadas. Após a interdição, o local foi fechado e todos foram levados de lá sem aviso. Após buscas, encontramos o mesmo lar funcionando em outro lugar, chamado Fé e Amor. A proprietária tentou reabrir sem nenhuma documentação e sem avisar aos parentes”, explicou o delegado.
A casa onde os idosos e demais internos foram encontrados havia sido alugada recentemente e funcionava sem nenhuma estrutura. “Não havia médicos ou nutricionistas para cuidarem da saúde deles. Eles estavam mal instalados, dormiam em colchões no chão, pois não havia camas”, descreveu o delegado. As vítimas estão sob os cuidados do Conselho do Idoso e do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), que as estão acomodando em lares públicos provisoriamente.
Conforme Gilmar Rodrigues, a mulher usava os cartões dos idosos e gastava o dinheiro deles. Jeane Vieira da Cunha foi detida por sequestro e cárcere privado, por desobediência ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), e por retensão de cartão para benefício próprio, crime previsto no Estatuto do Idoso. A pena para os crimes é de 5 anos de reclusão, de acordo com o delegado.