Adotar kit gás requer cuidados

Antônio Assis
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Geraldo Lélis
Folha-PE

Muito tem se falado na possibilidade de fazer a conversão do automóvel flex ou movido a gasolina para utilizar o Gás Natural Veicular (GNV). No entanto, a transformação não se faz de uma hora para outra e exige boa preparação e inspeção do veículo. Os trâmites começam com um agendamento no Detran-PE, que vai autorizar, ou não, a instalação do kit gás. 

A partir daí, o proprietário do carro deve seguir para uma instaladora que seja credenciada na Copergás e no Inmetro para comprar e instalar o equipamento. Feito isso, o terceiro passo é a inspeção imediata do veículo em uma inspetora também credenciada pelo Inmetro, para, só então, o carro voltar ao Detran e receber o documento com as devidas alterações.

Todo esse processo pode durar uma semana ou mais, já que o interessado vai precisar esperar o dia do atendimento agendado pelo Detran-PE, depois vai esperar um dia do carro na instaladora e uma parte de um dia na inspeção para, então, aguardar novo atendimento no departamento de trânsito. Cada etapa tem um custo, que vai de R$ 78 em cada ida ao Detran, mais cerca de R$ 300 da inspeção, além da instalação, que varia entre R$ 1,6 mil e R$ 5 mil na Região Metropolitana do Recife.

Etapa mais demorada, a instalação dura algumas horas e exige uma preparação prévia do carro, como novos filtros de ar, vela e cabo de ignição, além de limpeza do corpo borboleta. "Isso é necessário para que o kit tenha a calibragem perfeita", afirma o mecânico Leandro Macário, da Nacional GNV, na avenida Abdias de Carvalho. 

O mercado atual conta com duas opções, que são o kit de segunda e de quinta geração. O primeiro, mais antigo, é muito utilizado nos modelos anteriores a 2008, porém, podem ser instalados também nas versões atuais. Já o mais recente só pode ser utilizado nos modelos pós-2008.

"O de segunda geração tem o gás aspirado pelo motor e, por isso, há perda de combustível no processo", conta Macário. Ele conta com três anexos: emulador de bico, para desligar os bicos injetores de gasolina; simulador de sonda, que copia parâmetros da gasolina para que o gás se comporte da mesma forma; e o variador de avanço, que tem a missão de não permitir perda de potência. "Já a instalação do kit de quinta geração fura os bicos, implantando uma espécie de flauta, que leva o gás direto para a câmara de combustão, evitando, assim, a perda de potência", acrescenta o mecânico.

O processo foi satisfatório para a representante de vendas Gisela França Marques, que instalou o kit há três meses. "Eu já comprei meu carro com o kit, principalmente, por causa do custo-benefício tanto para trabalhar como para viajar. Minha economia é de mais da metade do que um gasto mensal com gasolina", afirma Gisela, que roda, em média, 70 quilômetros por dia. Entre os cuidados, ela usa gasolina às vezes. "Faltando três quilômetros para chegar em casa, eu converto para a gasolina, para desligar o motor. E no dia seguinte, eu já ligo o motor com gasolina e ando cerca de três quilômetros para depois voltar para o gás", conta.

Manutenção

Cada tipo de kit tem um regime de manutenção diferente. O de segunda geração se é muito usado, como no caso dos ubers, precisa de visita a instaladora a cada quatro meses, para a desmontagem e limpeza de óleo que é despejado sempre nos momentos de abastecer. Esse procedimento custa R$ 80 na Nacional GNV pela mão de obra. Nos kits da quinta geração, a manutenção é feita sempre que a central eletrônica avisa a necessidade.

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