Câmara de Jaboatão tinha esquema de servidores fantasmas, diz polícia

Antônio Assis
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Thays Estarque e Ricardo Novelino 

G1 PE

A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, nesta terça-feira (18), como funcionava a suposta fraude na Câmara de Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A investigação faz parte da Operação ‘Caixa de Pandora’, deflagrada na sexta-feira (14). De acordo com os responsáveis pelo caso, foi montado um esquema de arrecadação de dinheiro envolvendo 19 dos 27 parlamentares e funcionários-fantasmas. “Oficialmente, já encontramos 21 servidores que não trabalhavam, mas esse número pode passar de 360”, afirmou a delegada Patrícia Domingos.

A 'Caixa de Pandora' cumpriu 48 mandados de busca e apreensão domiciliar. Desse total, foram alvo 19 parlamentares. A Câmara tem 27 cadeiras. Os demais eram assessores e servidores. Entre os investigados, estão o candidato a prefeito da cidade Manoel Pereira Neco (PDT) e o postulante a vice na chapa adversária, Ricardo Valois (PR). Os dois estão no atual mandato no Legislativo municipal. Cinco parlamentares conseguiram se reeleger em 2 de outubro.

Os vencimentos variavam de R$ 1.700 a R$ 7.500. “Teve um caso em que o funcionário recebia 5.600. Ele ficava com 500 e dava 5.100 para o vereador”, observou a delegada.As investigações começaram em janeiro deste ano. A polícia revela que foi estabelecido na Câmara um sistema de troca de interesses. Um vereador nomearia um servidor e, em contrapartida, ele daria parte do salário ao parlamentar. Esse suposto trabalhador recebia no fim do mês, mas sem precisar ir ao gabinete.

Segundo ela, foi possível encontrar pessoas que apareciam na Câmara apenas para assinar o ponto, uma vez por mês, e colocavam o nome como se tivessem trabalhado os 30 dias. "E tinha gente que nem ia assinar o ponto lá”, declarou a policial.

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