Problema não está na Lava Jato, mas na Justiça: fila não anda para quem tem foro privilegiado e está no STF

Antônio Assis
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Giovanni Sandes
JC Online

A prisão do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), era questão de tempo após a perda do foro privilegiado. Pois a Operação Lava Jato tem feito pedidos de abertura de inquérito e prisão para políticos de todos os partidos: PT, PSDB, PMDB, PSB e PP. Mas é no Supremo Tribunal Federal (STF), onde são processados políticos com foro privilegiado – no exercício do mandato, como os senadores Aécio Neves (PSDB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) – que há lentidão. Já o juiz Sérgio Moro, competente sobre quem não tem mandato, casos de Cunha e do ex-presidente Lula (PT), avança rápido. Essa é a diferença.
E a grande falácia de quem critica a Lava Jato supostamente por ser só contra o PT é ignorar a diferença de atuação do STF e Moro. Ora, a operação trouxe delações que implicam o governo Michel Temer (PMDB), Aécio e vários nomes fora do PT. O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, foi ao STF com inquéritos até contra Renan Calheiros (PMDB). Lá nada anda. Em Curitiba, sim.

Por isso o terror de Cunha, que se dizia perseguido pela gestão do PT, pela Lava Jato e a mídia. Igual ao PT, que fez cartilha para denunciar a “caçada judicial a Lula”, como se a prisão dele, se for o caso, partidarize a Lava Jato. Não. Lula é mais um em uma longa lista.

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