Cardozo: Tenho dúvidas que Temer chegue até 2018

Antônio Assis
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Blog da Folha

De passagem pelo Recife nesta sexta-feira (18), onde participou de um evento de advocacia, um dos braços direitos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo comentou que tem dúvidas da continuidade de Michel Temer (PMDB) até 2018. Segundo ele, o atual governo não tem condições de tirar o País da crise econômica, atende setores conservadores com medidas impopulares, e não está isento das investigações da Operação Lava Jato. 

“Esses ingredientes somados, com um governo que não tem origem legítima, podem trazer grandes tormentas para o ano de 2017”, afirmou Cardozo, em conversa com o Blog da Folha.

Cardozo também comentou que não acredita na cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB). Segundo ele, as declarações do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, de voltar atrás sobre uma possível doação de dez milhões de reais a Michel Temer, diminui a chance da anulação. 

“Parece que alguns delatores tem se enganado com algumas coisas, parece que é um engano um pouco seletivo. Seja como for, ele disse que se enganou com isso. Portanto, a prova que poderia existir da cassação da chapa Dilma/Temer parece que deixou de existir”, relatou o ex-ministro.


“O que me parece inaceitável é que se coloca separar a presidente do vice. Eu nunca vi campanha do presidente e vice ser tratado separadamente. Os dois assinam a mesma campanha, assinam a mesma prestação de contas, então isso me parece uma conversa muita estranha. São indissociáveis, se alguém tenciona a fazer isso seguramente os objetivos não são os melhores”, completou.

Cardozo também se colocou contra a aprovação da PEC 55 no Senado. Segundo ele, a aprovação à proposta é um equívoco brutal e histórico. 

“É obvio que a responsabilidade fiscal é uma necessidade, agora colocar uma PEC desta forma, destes termos, engessando o país por 20 anos. Na constituição, além de ter uma forte avaliação que ela é inconstitucional, acho que ela é incorreta em relação às políticas públicas. É um erro, é um erro para o Estado brasileiro. E quem vai pagar essa conta, se for aprovado, é a população brasileira”, frisou. 

Em sua opinião, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é o mais viável para a esquerda nas eleições presidenciais de 2018. 

“Acho que Lula é um líder inegável em sua trajetória entre os melhores, se não o melhor presidente que o Brasil teve. Acho que ele é um candidato em potencial. Não podemos desprezar nenhum outro nome que apareça na esquerda, mas eu acho que ele é um nome que deve ser cogitado”, argumentou Cardozo.

O ex-ministro confessou que conversa com Dilma cotidianamente. “ Ela hoje permanece com a mesma posição e firmeza, não tendo se abalado em nada com o processos que sofreu”, disse.

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