Avião militar russo que ia para a Síria cai no Mar Negro com 92 a bordo

Antônio Assis
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Equipe de emergência da Rússia transporta restos do avião militar russo que caiu no Mar Negro na noite deste domingo (Foto: REUTERS/Yevgeny Reutov )

AFP

Um avião militar russo transportando 92 pessoas, incluindo cerca de sessenta membros do coro do Exército Vermelho que iam celebrar o Ano Novo com as tropas russas na Síria, caiu na manhã deste domingo no Mar Negro logo após a decolagem.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a formação de uma comissão de investigação liderada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev para determinar as causas do incidente.

O chefe de Estado expressou "suas mais profundas condolências" aos parentes das vítimas.

O Tupolev Tu-154 decolou às 5h40 (00h40 no horário de Brasília) da cidade de Adler, ao sul do balneário de Sochi, no Mar Negro, com destino à base aérea de Hmeimim, perto de Latakia, no noroeste da Síria, de acordo com o Ministério da Defesa citado por agências de notícias locais.

Segundo as autoridades russas responsáveis ​​pelas investigações, a aeronave havia feito escala em Sochi para reabastecimento.

As equipes de resgate encontraram um primeiro corpo a seis quilômetros da costa de Sochi, indicou a essas agências o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konachenkov.

O avião levava 84 passageiros e oito tripulantes, de acordo com o ministério, que informou que equipes de resgate foram enviadas para a área para tentar localizar as demais vítimas.

"Destroços do avião Tu-154 do Ministério russo da Defesa foram encontrados a 1,5 km da costa da cidade de Sochi, a uma profundidade de 50-70 metros", declarou o ministério.

A lista de passageiros publicada pelo ministério inclui 64 membros do Conjunto Alexandrov, conhecido durante suas viagens ao exterior como o coro do Exército Vermelho, oito militares, entre eles o diretor do Conjunto Valeri Khakhilov, oito tripulantes, nove jornalistas, dois funcionários civis e a diretora de uma organização de caridade respeitada na Rússia, Elizaveta Glinka.

Esta última, conhecida como "Doutora Liza", levava medicamentos para o Hospital Universitário de Latakia, segundo o diretor do Conselho dos Direitos Humanos para o Kremlin, Mikhail Fedotov, em comunicado citado pela agência de notícias Interfax.

"Esperamos por um milagre até o fim", disse ele, lembrando que era ela "amada por todos".

Os canais de televisão Pervy Kanal, NTV e Zvezda indicaram ter cada um três funcionários a bordo do avião.

'Investigação criminal'

Uma investigação criminal foi aberta para determinar se violações das regras de segurança da aviação provocaram o acidente, indicou o Comitê de Investigação da Rússia, órgão responsável pelas investigações mais importantes do país.

Os investigadores estão interrogando os técnicos que prepararam a aeronave para decolar, segundo a mesma fonte.

O Ministério da Defesa também enviou uma comissão chefiada por um vice-ministro, Pavel Popov, de acordo com seu porta-voz.

Além disso, Putin pediu ao primeiro-ministro Medvedev para "formar e dirigir uma comissão do governo para investigar a queda do Tu-154", indicou o Kremlin em um comunicado.

Vários Tu-154, uma aeronave de concepção soviética, sofreram acidentes no passado. Em abril de 2010, um dispositivo deste tipo transportando 96 pessoas, incluindo o presidente Lech Kaczynski e autoridades polonesas caiu ao tentar pousar perto de Smolensk (oeste da Rússia) e todos os seus ocupantes morreram.

A Rússia conduz desde setembro de 2015 uma campanha militar na Síria em apoio ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, um aliado de longa data.

Cerca de 4.300 militares russos estão mobilizados na Síria, e a Rússia continua a reforçar a sua presença militar no país.

Na sexta-feira, Vladimir Putin ordenou a expansão de suas instalações portuárias de Tartus, no noroeste da Síria, que deverá tornar-se uma base naval russa permanente no país assolado por um conflito sangrento desde 2011.

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