Em palestra na Alemanha, Moro diz que foto com Aécio foi "infeliz"

Antônio Assis
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Folha-PE

Responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, o juiz federal Sergio Moro afirmou, nessa sexta-feira (9), durante palestra em Heidelberg, na Alemanha, que as investigações sobre desvios de recursos da Petrobras são imparciais e não sofrem influência de interesses políticos. As informações são de matéria publicada na Folha de S. Paulo. O texto afirma, ainda, que Moro considerou a foto rindo ao lado do senador Aécio Neves (PSDB) como "infeliz".

No evento, Moro foi questionado pela DW Brasil sobre a criticada foto em que aparece rindo ao lado do tucano durante a premiação "Brasileiros do Ano de 2016", da revista Istoé, e afirmou que o parlamentar não está sob sua jurisdição. 

"Foi um evento público, e o senador não está sob investigação da Justiça Federal de Curitiba. Foi uma foto infeliz, mas não há nenhum caso envolvendo ele", disse o juiz. 

Aécio Neves é citado nas recentes delações de executivos da Odebrecht e de funcionários da Andrade Gutierrez, teria recebido propina de Furnas. O magistrado ainda destacou que as investigações estão focadas na Petrobras e que, por isso, é natural que políticos da oposição não apareçam. "Se o crime é provado, haverá consequências. O PTB, o Solidariedade, PP e PT aparecem nas investigações, então não posso ver onde está a parcialidade na condução das investigações", afirmou.

Na ocasião, Moro evitou comentar a notícia de que a Odebrecht teria pago caixa 2 ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e disse discordar "totalmente" das críticas de que o processo legal não tem sido cumprido na Lava Jato. "A operação não é uma bruxa caçadora", justificou ao dizer que não "joga com a política". Segundo ele, "nenhuma prisão aconteceu com base em opiniões políticas, mas em evidências de que crimes foram cometidos".

Ele ainda argumentou que a Lava Jato da oportunidade ao País de superar a "prática vergonhosa" de pagamento de propinas. 

Protesto
Um grupo de aproximadamente 30 juristas e acadêmicos enviou uma carta à Universidade de Heidelberg argumentando que Moro não tem credibilidade para discursar sobre combate à corrupção no Brasil, por ser "parcial" em favor de partidos como PSDB e PMDB.

Já na plateia, brasileiros levantaram cartazes com dizeres "Moro na cadeia" e "parcialidade fere a democracia". Houve quem gritasse "Moro, meu herói". Os grupos trocaram insultos, segundo a publicação.

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