Morte de Teori atrasará delação da Odebrecht e traz dúvida à Lava Jato

Antônio Assis
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MARIO CESAR CARVALHO
FOLHA DE SÃO PAULO

A morte do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, no Supremo, traz uma consequência óbvia para a operação e outra que é um enigma.

O efeito óbvio é o atraso na homologação da delação de 77 executivos da Odebrecht, consideradas as mais explosivas de toda a investigação por mencionar políticos como o presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula. O enigma refere-se ao futuro da Lava Jato no Supremo, que apura supostos crimes de parlamentares. Será que agora o PMDB, PSDB e PT conseguirão enterrar a investigação?

O risco de a Lava Jato ser manipulada ou subjugada com a morte do ministro não é desprezível. A vaga de Teori no Supremo e talvez o cargo de relator da Lava Jato serão ocupados por um ministro a ser indicado por Temer.

Você acha que o presidente vai indicar um ministro que construirá o patíbulo para julgá-lo sob acusação de ter pedido R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht em 2014, segundo a delação de Claudio Melo?

Outra hipótese nada desprezível é que a presidente do Supremo, a ministra Cármen Lúcia, indique outro relator. O regulamento do Supremo, no artigo 68, abre essa brecha. A presidente Cármen Lúcia pode redistribuir o caso por meio de sorteio. Outra interpretação aponta que o revisor do caso, Celso de Mello, poderia tornar-se relator.

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