No Cabo, de saída, ex-prefeito pagou R$ 5,8 milhões a 53 auxiliares em licenças-prêmio. Salários vão até R$ 230 mil

Antônio Assis
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Blog do Jamildo

O novo prefeito do Cabo, Lula Cabral, do PSB, assumiu com a faca nos dentes. Depois de ter prometido uma auditoria nas contas do adversário e ex-aliado Vado da Farmácia, começou a apresentar o que aponta como inconsistências do ex-administrador.

Sem alarde, no fim do mandato, em dezembro, de acordo com denúncia da nova gestão, ‘ao apagar das luzes e sem qualquer critério’, o ex-prefeito mandou pagar R$ 5,8 milhões de reais a 53 servidores municipais, em licenças-prêmio. A nova gestão diz que os pagamentos são ilegais e prometeu buscar o ressarcimento na Justiça.

“O ex-prefeito Vado da Farmácia (PTB) promoveu uma verdadeira farra com dinheiro público, no final de seu mandato. É ilegal. É um verdadeiro absurdo. Foi a mega da virada ”, diz o secretário de governo Paulo Farias, auxiliar de Lula Cabral.

Conforme consta de cópia do contra-cheque, o maior beneficiário nos pagamentos foi um servidor Manoel Luiz Bezerra Neto, auditor fiscal que recebeu R$ 232.050,00 (duzentos e trinta e dois mil e cinquenta reais).

O menor recebimento foi de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

“A sociedade e os órgãos de controle como Ministério Público e TCE precisam tomar conhecimento e tomar as providências legais. A situação no Cabo é de desmando e caos. Contratos superfaturados, uso de beneficiários de programas sociais como PETI, em desvio de função. Nossa equipe está fazendo uma auditoria profunda na folha de pagamento e nos contratos. Vamos fazer uma devassa e vamos mostrar a sociedade o que encontramos. Não sei como o Cabo suportou tanto descaso e abuso.”, afirmou Paulo Farias.

A nova Prefeitura do Cabo diz que não tem como fazer o estorno dos recursos, mas vai tomar medidas judiciais e administrativas. Na segunda, promete divulgar a lista dos beneficiários dos pagamentos supostamente irregulares.
Neste sábado, a nova gestão divulgou apenas os vencimentos do auditor que recebeu os maiores proventos.

“Em seguida, mostraremos a lista dos beneficiários. Há fortes indícios de vícios e, se comprovado o recebimento indevido, vamos pedir o ressarcimento e a responsabilização do ex-prefeito Vado e do ex-Secretário de Gestão, Lusivan Oliveira. O Brasil está mudando e essa gente teima em não acreditar”, criticou o novo administrador.

O secretário de Lula Cabral disse que os pagamentos foram “uma ação entre amigos” e Vado da Farmácia precisou ludribriar a Justiça para praticar os atos.

“O ex-prefeito Vado chantageou a Justiça, que havia bloqueado as contas do Município. O governo Vado alegava não haver recurso para pagar a folha dos professores e pediu a liberação de R$ 18 milhões com essa argumentação, mas tinha em caixa R$ 5,8 miihões para licenças-prêmio. Não há possibilidade destes valores serem corretos. Como uma pessoa com um salário de R$ 5 mil por mês pode acumular R$ 200 mil em licenças-prêmio?” questiona.

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