Paulinho Tomé: o petista que não quer ser oposição a Paulo Câmara

Antônio Assis
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Paulinho Tomé: 'Se Lula voltar com muita garra, muita força, estourado mesmo, eu continuo no PT'
Foto: Rinaldo Marques/Alepe

JC Online

No momento em que o PT enfrenta a maior crise de sua história, a chegada de mais um deputado estadual do partido à Assembleia Legislativa poderia ser um reforço para a legenda em Pernambuco. Mas o “novato” Paulinho Tomé (PT) já assume dizendo não saber se continuará no partido e adiantando que não fará oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).

Estudante de Psicologia no Recife, casado, Paulinho se elegeu com apoio do pai, o ex-prefeito de Tupanatinga (Agreste) Manoel Tomé (PT). Uma prima dele, que foi secretária de Saúde do município, tentou disputar a sucessão pelo PDT, mas perdeu.

“Meu pai já era prefeito. Naquela época o PT estava no auge, tinha ajudado muito a gente. Eu já era filiado ao PT e fui candidato”, conta. Com 33 mil votos, sete mil a menos do que o esperado, ele ficou na segunda suplência da chapa de oposição e assumiu após a vitória de Manoel Botafogo (PDT) em Carpina, na Mata Norte.

“Não vou fazer oposição a Paulo Câmara. Eu vou ser independente. O que ele mandar que for bom para o povo, eu estou com ele. Eu não sou aquele PT radical, que fica fazendo oposição, brigando, eu só estou na sigla”, justifica.

Sinal dos tempos, o novo deputado petista parece não ter recebido muito apoio do PT. O presidente estadual do partido, Bruno Ribeiro, foi o único que ligou para parabenizá-lo. Deputados estaduais petistas como Teresa Leitão e Odacy Amorim ainda não ofereceram ajuda, conta. A boa relação, por enquanto, é com o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB), que já se ofereceu para tomar um café com Paulinho. “Pra mim, ele é o cara. Muito simpático”, diz.
FICA NO PT?

Talvez por isso a continuidade no PT ainda seja um gesto incerto. “Se o partido voltar às origens do que era antes, eu pretendo continuar. O PT está meio cansado, meio sofrido. Como todos os partidos estão também. Mas o PT está bombardeado demais”, avalia. “Se Lula voltar com muita garra, muita força, estourado mesmo, eu continuo no PT”, vaticina.

Aos 24 anos, Paulinho será o mais jovem deputado estadual na Assembleia Legislativa. Numa casa cheia de políticos experientes, ele sabe que a pouca idade vai ser um desafio, mas pretende trabalhar, ganhar visibilidade e tentar a reeleição.

“Projeto de Lei eu ainda não tenho. Mas as bandeiras que eu quero levantar são agricultura, agropecuária, reforma urbana, acesso à moradia e à juventude”, adianta. “Também quero trabalhar para mandar carro-pipa para matar a sede do gado. A prioridade lá na região é a água”, afirma.

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