Queda de braço entre Marília Arraes e Michele Collins

Antônio Assis
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Foto: Alcione Ferreira/Annaclarice Almeida/DP/Arquivo

Diario de Pernambuco

A presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife está gerando disputa acirrada na Casa, consequência da heterogeneidade dos grupos que lutam por ela. De um lado, a líder da bancada de oposição, Marília Arraes (PT), tenta emplacar o vereador Ivan Moraes (PSol) no cargo, com o argumento de que “é preciso uma pauta menos conservadora”. Do outro, a vereadora mais votada da última eleição e uma das mais representativas da bancada evangélica, Michele Collins (PP), diz que tem interesse em permanecer na comissão. Ela presidiu o grupo na última legislatura.

Nos bastidores da Casa José Mariano, circula a informação de que Michele teria aberto mão de uma das vice-presidências para que a nova Mesa Diretora a apoiasse no pleito por Direitos Humanos, onde se discutem temas polêmicos, como orientação sexual, entre outros. Um vereador governista afirmou, em reserva, lembrar dessa costura na eleição da Mesa, que talvez não fosse necessária, já que pela proporcionalidade partidária, Michele Collins teria mais chance na disputa, pois o PP fez três vereadores, enquanto o PSol elegeu um.

Michele tenta desfazer a imagem de que os evangélicos pleiteiam Direitos Humanos para manter uma agenda conservadora. “A comissão não trata só de polêmicas, mas de apoio comunitário, juventude, direitos do consumidor, entre outros. Tenho interesse em contribuir para o Recife por meio dela, independentemente de quem presida.” Sobre a costura com a Mesa, ela frisou que a conversa com Eduardo Marques, presidente da Câmara, aguarda o retorno dos trabalhos.

Marília Arraes também disse que ainda vai conversar com a presidência. Mas enfatizou que a luta pela Comissão de Direitos Humanos é simbólica, por causa do “momento de retrocesso pelo qual passa o Brasil”. “É importante que a comissão não continue presidida por uma pessoa contrária aos direitos da livre orientação sexual, das mulheres e tantas outras conquistas ameçadas pelo momento político do país”. A petista salientou que não haverá postura intransigente, mas espera “que não seja feita a perseguição que o Poder Executivo pratica contra os que dele divergem”.

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