Sebo é opção mais econômica para comprar livros escolares

Antônio Assis
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Maria Luiza foi com a família comprar seus livros no sebo e conseguiu economizar
Foto: Bruno Campos Tatiana Ferreira

Folha de Pernambuco

Maria Luiza, 9 anos, vai para o quinto ano do Ensino Fundamental. A mãe dela, Girlane Pereira, já fez toda pesquisa antecipadamente para a compra dos seus livros didáticos. Ela, no entanto, assim como uma grande parte dos brasileiros, está desempregada. Ou seja, não pode gastar muito. A saída que encontrou foi ir à praça do sebo, na Rua de Santo Antônio - área central do Recife - a fim de economizar ao máximo.

E conseguiu. “Procurei nas livrarias e o orçamento com todos os livros da listas custaria em torno de R$ 450. Aqui [no sebo] gastei R$ 280 nos mesmos livros novos”, contou, acrescentando que conseguiu desconto de 15% na sua compra.

Da mesma forma, em busca de preços melhores, estava a funcionária pública Wilma Oliveira. Ela é mãe de Mateus - quem começará o primeiro ano do Ensino Médio - e já passeou por várias livrarias da cidade para comparar os preços. Wilma, no final das contas, também optou pelo sebo. “O mesmo livro que vou comprar aqui por R$ 40 estava sendo vendido por R$ 118. A diferença é exorbitante”, reclama, e ressalta que deverá economizar um total de R$ 300.

Por outro lado, em uma das bancas com livros em balcões e nas prateleiras, a proprietária Joilde Oliveira entregou que o segredo para as boas vendas e os preços baixos está nas várias formas de negociação. “Damos descontos de 15%, às vezes até 20%, e ainda podemos abater o valor se a pessoa trouxer livros para trocar”, pontua. Em relação aos que mais vendem, Joilde responde prontamente: “os usados”. Isso porque esses livros chegam a ser 50% mais baratos.

Perto do principal sebo do Recife, na Rua 1º de Março, também no Centro, a gerente de uma loja de materiais escolares Maria Eliza do Rêgo Barros revelou que não vende livros didáticos porque não há condições em competir com as feiras. “Se eu vendesse, acabaria tendo prejuízo”, completa.

E se tem gente que vai comprar, tem quem vá aos sebos só para vender. Como é o caso de Maria Eduarda Andrade, que acabou de concluir o Ensino Médio. “Como eu não vou mais precisar, vim aproveitar para ganhar um extra”, contou. Maria vendeu três livros por R$ 100, mas achou que foi pouco em relação ao seu custo. A proprietária de uma banca Joilde confidenciou que o livro que vende por R$ 70, provavelmente comprou de alguém por R$ 20. “É assim que obtemos lucro”, relatou.

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