Alepe tenta reagir a onda de assalto a instituições financeiras em PE

Antônio Assis
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Assalto cinematográfico à Brinks ainda está na memória do recifense
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

JC Online

A madrugada de terror do assalto à transportadora de valores Brinks ainda está marcada na memória do recifense. Numa reação à onda de assaltos a bancos no Estado, pelo menos três projetos de lei que tramitam na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tentam dar mais segurança para instituições financeiras. Todos impõem impacto financeiro pelas mudanças na segurança para as empresas, não para o Estado, já que os deputados não podem legislar sobre matéria financeira.

Apresentado há seis meses, o projeto 958/16, do deputado Ricardo Costa (PMDB), proíbe a instalação de empresas de transporte de valores em perímetro urbano; como era o caso da Brinks, cujo galpão ficava no bairro de Areias, na Zona Oeste do Recife. A proposta surgiu quando o peemedebista viu uma ação similar em São Paulo. O texto dá dois anos às empresas já instaladas em regiões urbanas para se adaptarem à nova regra. Mas ainda não avançou no Legislativo.

“Sem querer, essas empresas estão pondo em risco a população que mora junto às suas sedes. Elas não podem ficar instaladas ao redor de habitacionais e colégios”, defende Ricardo Costa. “Elas deveriam estar num lugar próprio, onde não houvesse muito público para não colocar as pessoas em risco. E também onde elas tivessem um espaço no entorno para fazer a defesa”, explica.

Um dos projetos mais recentes na Casa, publicado após a ação criminosa na Capital, o 1209/2017, do deputado Augusto César (PTB), determina a instalação de um sistema de câmeras com cobertura de 360 graus cujas imagens devem ser compartilhadas com o sistema de segurança do Estado. Pela proposta, as novas empresas de guarda de valores devem ser instaladas preferencialmente próximas a unidades de polícia estadual ou federal.

Pela justificativa do texto, o acesso ao sistema de câmeras poderia ajudar as forças policiais a adotarem estratégias mais eficazes de combate, prevenção e elucidação de eventos criminosos.
VIGILÂNCIA ARMADA 24H

Em outra frente, a proposta 1161/2017, do deputado Rodrigo Novaes (PSD), tenta obrigar agências bancárias e cooperativas de crédito a manter vigilância armada durante 24 horas. Um dos objetivos, diz o parlamentar, é dar mais segurança para o cidadão que vai usar caixas eletrônicos à noite, quando geralmente as agências estão vazias. “Esses vigilantes não têm a pretensão de coibir homens fortemente armados, com dinamite”, diz Novaes.

Nessa linha, outro trecho do projeto determina que esses vigilantes possam permanecer em um local seguro, dentro das instituições bancárias, de posse de um botão de pânico, um dispositivo para acionar sirene de alto volume e terminal telefônico para acionar a polícia. O deputado chama atenção da responsabilidade das empresas na segurança desses valores.

Embora reconheça que a fraude eletrônica representa 90% das perdas dos bancos, Novaes reclama que eles parecem não se importar com as implosões, já que as agências não são reabertas.

“Não é que elas (agências) são culpadas por essa onda de violência. Mas existe uma solução que inviabilizaria esse tipo de crime. Basta usar tecnologia para comprometer as notas roubadas, incinerando ou jogando tinta. Se elas agissem aí, nós já teríamos evitado tantas ações que ocorreram em Pernambuco desde o ano passado”, afirma.

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