Blindagem burra e desnecessária - Magno Martins

Antônio Assis
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Aliados do governador Paulo Câmara (PSB), que vive um momento difícil em seu Governo, andam reclamando pela rádio corredor das enormes dificuldades de acesso até ao seu gabinete, no Palácio do Campo das Princesas. Um prefeito, que antes gozava de trânsito fácil com o chefe, chegou a usar o termo “blindagem” do governador.

O responsável por isso seria o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, na foto ao lado. Ao invés de abrir portas e promover a boa política de aproximação e vizinhança, Figueira estaria fechando as portas para muitos prefeitos, o que é um grande equívoco. O secretário da Casa Civil vem da área privada, é medico, gestor licenciado do Imip e na gestão do ex-governador Eduardo Campos ocupou a Secretaria de Saúde.

Entende e domina bastante, portanto, a área de saúde. E como secretário da pasta se saiu muito bem, sendo elogiado e reconhecido pelos avanços nas políticas implementadas. Na seara do jogo político, Figueira caiu de paraqueda na cadeira em que está sentado sem antes fazer um curso preparativo. Aquele que seria o seu mestre, Eduardo Campos, morreu antes do auxiliar fazer a travessia da Saúde para a Articulação Política.

Os motivos da blindagem do governador também não se justificam. Talvez se justificassem se Paulo Câmara estivesse nadando em dinheiro e em início de gestão, mas não ocorre nem uma coisa nem outra. O que se diz ainda pela rádio corredor é que o governador precisa, urgentemente, profissionalizar sua retaguarda política, até porque o ano de 2018 se aproxima como um embate dificílimo para quem vai tentar uma reeleição com níveis tão baixos de aprovação.

Nem quando Eduardo Campos havia virado um astro, verdadeiro pop star pelo Interior, alguém se atreveu em fazer qualquer tentativa de blindá-lo. Blindar é proteger contra algo maléfico. No caso de Paulo Câmara, o que Figueira parece desejar, na prática, é bloquear a insatisfação de aliados, mas com o tempo e aproximação das eleições verá que sua estratégia se revelará impotente diante da abertura dos canais que virão pelo protesto surdo.

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