Com segurança ou insegurança? - Magno Martins

Antônio Assis
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Nunca um período carnavalesco em Pernambuco, aberto, hoje, oficialmente, no Recife, pelo governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito Geraldo Júlio (PSB), gerou tamanha incerteza em sua segurança. Tudo pela ameaça da Polícia Militar em continuar com a chamada operação padrão, que é, na verdade, uma greve branca diante da proibição de paralisação da categoria, conforme reza a Constituição.

Na quarta-feira passada, dois dias antes da instalação do “reino da alegria”, esposas dos policias da tropa militar promoveram um ato no centro do Recife de solidariedade aos seus maridos, reafirmando a operação marcha lenta. O Governo promete mobilizar 31 mil policiais no esquema de segurança para o Carnaval e não aceitou reforço do Exército, mesmo sendo oferecido pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Câmara está seguro do que faz. Quem não está segura, entretanto, é a população, que viu, nos últimos meses, o número de homicídios alcançar um crescimento assustador. Viu, sem poder de reação, Recife virar palco do mais ousado e cinematográfico assalto a uma empresa transportadora de valores do País, resultado num roubo de R$ 60 milhões. Ninguém no Estado, da Região Metropolitana ao Sertão, está confiante num Carnaval de paz e muito seguro.

Pelo contrário, o que se ouve nas ruas é um folião louco para cair no passo do frevo receoso e amedrontado, temendo virar refém de bandidos. Reza a tradição que Pernambuco, com destaque para Recife e Olinda, promove o melhor e mais animado Carnaval do planeta, atraindo milhares de turistas de regiões as mais distantes e, também, estrangeiros. Mas, infelizmente, a folia bateu à porta sem que tenhamos a certeza de que essa tradição será mantida com a segurança e a tranquilidade dos aos anteriores.

Oxalá que isso ocorra e que o Carnaval seja verdadeiramente uma festa descontraída, alegue, irreverente e bela, não dando espaço a nenhum tipo de violência, onde a paz reine na sua inteireza, sem ameaças. Aos que vão à folia, boa sorte. Aos que optaram pelo descanso do corpo e da alma, como este escriba, que os olhos do Divino nos iluminem.

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