Hospital veterinário ainda inacabado

Antônio Assis
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Além de lixo acumulado, há água acumulada favorecendo a proliferação de mosquitos
Foto: Rafael furtado

Priscilla Costa
Folha de Pernambuco

Nesta terça-feira (14), Dia Nacional dos Animais, pouco se tem a comemorar quando as políticas de defesa são falhas ou ainda não saíram do papel. O Hospital Veterinário do Recife é um dos inúmeros exemplos. A previsão é que a unidade abra as portas neste primeiro semestre. Logo quando a proposta foi anunciada, a previsão era entregar o equipamento ao público em 2014.

Enquanto a inauguração ainda é algo distante da realidade, o espaço serve de ponto de acúmulo de lixo. A falta de educação ambiental, inclusive, tem ajudado na proliferação de pombos na área. Os pássaros vão lá em busca de restos de alimentos e, consequentemente, acabam por contribuir na proliferação de doenças. Até quando chove, segundo relatos, poças de lama são formadas, favorecendo focos de dengue. 

Mesmo do lado de fora, foi possível ver que a fachada está toda pronta e, pela porta de vidro, dá para avistar cadeiras na sala de espera. Quando estreado, o hospital funcionará na avenida Professor Estevão Francisco da Costa, no bairro Cordeiro, próximo ao conjunto habitacional do bairro de mesmo nome.

A morosidade na entrega da unidade médico-veterinária é uma constante crítica de ativistas animais. Assim como a maioria, a auxiliar em veterinária Danielle Costa vibra para que o hospital vire, de fato, realidade. 

Até porque, segundo ela, à medida que o equipamento é uma alternativa para quem não pode custear atendimento hospitalar para os pets, auxilia também os cuidadores de animais de rua, como ela. “Só a gente sabe o quanto gasta com medicamento, castração e comida. Porque só doações não são suficientes. Muitas vezes, temos que fechar os olhos para alguns casos porque ficamos sobrecarregados”, lamenta. Ela, porém, fez uma ressalva: “Mas, é preciso que funcione. Que tenha profissionais realmente preocupados com o bem-estar animal e invista em campanhas de adoção e castração”.
O funcionamento de uma unidade veterinária no local, entretanto, divide opiniões. Para a dona de casa Maria José da Silva, 52, que tem um cachorrinho, o hospital é necessário. Quando o seu animal está com algum problema de saúde, ela é obrigada a se deslocar ao hospital veterinário da UFRPE, em Dois Irmãos, ou ir até uma clínica veterinária em Peixinhos, em Olinda.

“O que se torna mais dificultoso, porque se já tivessem inaugurado, eu teria um serviço gratuito bem ao lado da minha casa”, queixou-se. Já o autônomo Roberto Lima, 50, acredita que os R$ 3,7 milhões investidos para construir o equipamento público deveriam ser utilizados para melhorar a saúde pública. “Enquanto têm vários postos e hospitais faltando medicamento, o prefeito investe milhões para cuidar de gato e cachorro. A saúde pública é uma piada”, protestou.

Embora as obras tenham sido concluídas, a Secretaria-Executiva de Direitos dos Animais (Seda) esclareceu que “no momento, estão em andamento os processos licitatórios para compra de equipamentos e medicamentos, além do processo seletivo simplificado para abertura de vagas temporárias de médicos veterinários e outros postos”.

O hospital abrigará três ambulatórios, laboratório, depósito, salas de administração, odontologia e vacinação, vestiário, sala de diagnóstico por imagem (raio X e ultrassom), salas de cirurgia e pós-operatório e recepção. O hospital irá contar com 25 médicos veterinários que atuarão nas áreas clínica, cirurgia, anestésica, emergencial, laboratório, radiografia e ultrassonografia.

A estrutura conta com 4,3 mil metros quadrados, sendo 1,3 mil de área construída. De acordo com a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais, na primeira etapa serão realizadas 90 consultas e 20 cirurgias por dia.

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