MPPE quer anular resultado de concurso da Polícia Civil

Antônio Assis
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MPPE quer anular resultado de concurso da polícia civil de Pernambuco por causa de irregularidade em psicotécnico
Foto:JC Imagem

JC Online

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Pernambuco está recomendando à Secretaria Estadual de Defesa Social e ao Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe/Cespe) a anulação da prova de avaliação psicológica do concurso público para agente, delegado e escrivão da polícia civil, entre outros cargos, realizada em outubro de 2016. Candidatos denunciaram que alguns deles receberam o caderno da prova já com respostas e, durante a investigação do MPPE, a empresa responsável pela seleção admitiu que houve o incidente _ "cadernos riscados, marcados ou rasurados" – em seis das 76 salas. A seleção é para mais de 900 servidores.

O MPPE dá um prazo de dez dias para o Estado e o Cebraspe/Cespe acatarem a recomendação, publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (3/3). A promotoria defende, portanto, a anulação de todos os resultados posteriores ao psicotécnico e que a prova questionada seja novamente aplicada. O edital do concurso previsa 400 vagas para agentes, 100 para delegado e 50 para escrivão. Para a polícia científica estavam previstas mais de 300 vagas e cadastro reserva de auxiliar de legista, auxiliar de perito, perito papiloscopista, médico legista e perito criminal.

“Só o fato deste contingente de candidatos ter tido acesso às anotações no caderno de questões já afeta a isonomia entre os concorrentes, uma vez que é impossível determinar quantas e quais pessoas foram beneficiadas no decorrer da prova com o acesso a tais informações”, justificou a promotora Andréa Fernandes Padilha . “Ainda há de se considerar que tal número de incidentes diz respeito apenas às salas onde tal fato foi registrado em ata, havendo relato nesses autos de que o fato se repetiu em diversas outras salas, onde não chegou a ser registrado em ata, atingindo um número indiscriminado de candidatos”, afirma, em material divulgado pelo MPPE.

Na decisão, a promotora pede que seja “publicando novo cronograma de realização das provas, adotando todas as cautelas necessárias para que a falha de segurança não volte a acontecer”. Sobre os custos operacionais das novas provas, diz que deverá ser por conta do Cebraspe/Cespe, “responsável pela falha de segurança que ensejou a nulidade desta etapa e das seguintes da realização do nominado concurso público, de modo que o erário não suporte o prejuízo decorrente da renovação dos referidos atos”.
SDS diz que adotará medidas legais para dar fluidez ao concurso das polícias civil e científica

Sobre a recomendação, a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou nota informando que “o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), realizador do concurso das polícias civil e científica, está encaminhando, na próxima semana, à promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, um documento em que faz a defesa da metodologia e da lisura da seleção”. 

Com os esclarecimentos feitos, a SDS e a Secretaria de Administração “adotarão as medidas necessárias à garantia do processo legal e também à fluidez das etapas do concurso, que reforçará as polícias civil e científica com 966 profissionais, melhorando os serviços de segurança pública oferecidos à população”, afirma o comunicado. Com o apoio de seus departamentos jurídicos e orientadas pela Procuradoria Geral do Estado, as secretarias afirmam que “estão acompanhando o caso e analisando a recomendação da promotoria, provocada por candidatos reprovados no exame psicotécnico, assim como as alegações técnicas apresentadas pela organizadora”.

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