Entenda como o Caixa 2 prejudica educação, saúde e causa desemprego

Antônio Assis
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Ednaldo ficou desempregado em junho e divide a casa com dez pessoas. Apenas uma tem renda, de um salário mínimo.
Foto: Jedson Nobre/JC Imagem

JC Online

O que a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a Arena de Pernambuco e o Estaleiro Atlântico Sul têm em comum? Todas são obras pernambucanas idealizadas para gerar desenvolvimento e emprego para o Estado, mas deixaram de representar o caminho de um futuro próspero após a descoberta de corrupção durante as investigações da Lava Jato. Os esquemas envolvem acordos ilegais de pagamento de propina e caixa 2 entre empresários e políticos. A Rnest, por exemplo, começou a sair do papel em 2007 e empregava mais de 40 mil pessoas no auge da construção, em 2012. Hoje, dez anos depois e mais de R$ 60 bilhões investidos, as obras se arrastam e milhares de trabalhadores foram demitidos.

No centro das denúncias de corrupção, a Odebrecht ganhou participação nesta e em outras obras espalhadas pelo País ao comprar vantagens junto a governos. A empreiteira movimentou R$ 10,6 bilhões em propinas entre 2006 e 2014, chegando a criar, dentro da própria empresa, um setor responsável pela administração dos valores.

A corrupção desenfreada no Brasil, que envolve políticos de quase todos os partidos, afeta não apenas os grandes investimentos. A população sofre porque o desvio de recursos retira investimentos da educação, saúde, saneamento básico, transporte público. O resultado é que vivemos em um país que não cresce há três anos, tem uma educação deficiente, 13 milhões de desempregados e uma das mais altas taxas de desigualdade social.

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