Blog do Jamildo
Sem alarde, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, mandou cópia da Petição 6706 para a Justiça Federal de Pernambuco, nesta quarta-feira (10).
Um ofício do STF, com cópia da investigação e um CD, foi enviado ao juiz federal Frederico Azevedo, diretor da Seção Judiciária de Pernambuco, órgão que representa a Justiça Federal no Estado.
“De ordem, nos termos da decisão proferida nos autos em epígrafe, encaminho a Vossa Excelência mídia digital contendo cópia dos termos de depoimentos ali mencionados e dos documentos apresentados”, diz o ofício do STF.
Ao receber a investigação, o juiz Frederico Azevedo mandará distribuir (sortear) a Petição 6706 para uma das Varas Federais Criminais do Recife.
Ao ser sorteada a Vara, o juiz titular da mesma abrirá vista ao Ministério Público Federal (MPF), para um procurador da República se manifestar sobre os andamentos que a investigação deve ter.
A investigação veio para Pernambuco após o procurador geral da República, Rodrigo Janot, não identificar participação de pessoas com foro privilegiado nos fatos delatados pelos executivos da Odebrecht.
Segundo informações do STF, os advogados de Aldo Guedes e Eduardo Fialho compareceram na secretaria do tribunal e tiraram cópia de todo o processo e do CD anexo.
Aldo Guedes é mencionado na delação da Odebrecht como tendo participado de negociações sobre as obras da PPP de Itaquitinga. O próprio Marcelo Odebrecht, em sua delação, disse que Aldo compareceu a um jantar em 2014 na casa do empresário, junto com Eduardo e Renata Campos. Neste jantar, ainda segundo a delação de Marcelo, teria sido discutido o gasto de R$ 50 milhões da Odebrecht na obra de Itaquitinga, através de uma empresa intermediária chamada DAG. Ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes era sócio de Eduardo Campos.
Fialho, por sua vez, é representante da empresa baiana Advance, a primeira a atuar nas obras de Itaquitinga. O empresário, desde 2015, faz denúncias contra o PSB sobre a obra de Itaquitinga, inclusive com gravações de reuniões com pessoas do Governo do Estado, conforme publicado na revista Veja ainda em 2015.