Greve de rodoviários no Grande Recife continua esta terça, diz sindicato

Antônio Assis
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Folha-PE

Os passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR) devem passar pelo menos mais um dia sem ônibus já que os rodoviários decidiram manter a paralisação iniciada esta segunda-feira (3). A primeira audiência de instrução para solucionar o conflito entre a categoria e o sindicato das empresas de transportes de passageiros (Urbana-PE) está marcada para as 11h dessa terça (4), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), no Centro da capital. O desembargador Fábio Farias foi designado como relator.

O órgão também ordenou que a frota circule com 50% nos horários de pico (das 5h às 9h e das 16h às 21h) e 30% nos demais, durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Os trabalhadores disseram que ainda não foram notificados sobre a liminar e vão colocar apenas 30% em operação durante todo o dia. A determinação do TRT6 partiu da desembargadora Dione Furtado, em resposta a uma liminar da Urbana-PE, que pediu a atividade de 70% da frota nos horários de pico e 50% no restante. 

A liminar também veio com pedido de julgamento do dissídio coletivo da categoria, que está em campanha salarial. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benílson Custódio, a classe, que começou pedindo 14%, está pleiteando agora 7% de reajuste no piso salarial e 20% no valor do vale refeição, enquanto isso as empresas de ônibus estariam dispostas a 4% no piso salarial e 11,12% no vale refeição - atualmente, o valor do tíquete é de R$ 225. 

Outra reivindicação dos rodoviários é a implantação de um plano de saúde para a categoria, porém os donos das empresas teriam rechaçado o pleito. Em nota, a Urbana-PE disse que houve esforço para chegar a um acordo junto aos trabalhadores “buscando-se uma solução que atendesse ao máximo aos interesses da categoria, sem esquecer, entretanto, a atual realidade do setor de transporte público”. 

Volta para a casa
Por volta das 17h30, já era possível encontrar paradas de ônibus cheias na RMR. A reportagem da Folha de Pernambuco encontrou uma na Avenida Cruz Cabugá, em frente ao Shopping Tacaruna, em Santo Amaro, no Centro do Recife, com diversos passageiros esperando os coletivos, que já vinham lotados. 

Às 18h30, a bilheteria do Terminal Integrado (TI) PE-15, em Olinda, estava fechada. Os poucos passageiros que entram no local aguardavam o transporte que raramente aparecia. A reportagem apurou que mototaxistas ofereciam a corrida a partir de R$ 10.

Já às 19h30, o movimento no TI da Macaxeira, na Zona Norte do Recife, um dos maiores terminais de ônibus da cidade, estava bem abaixo do normal. As linhas para os TIs da PE-15 e Pelópidas Silveira, em Paulista, não estavam operando

Primeiro dia de greve
A greve começou na madrugada desta segunda. Os ônibus começaram a passar por volta das 6h, mas em quantidade bastante reduzida. Por conta da paralisação, as universidades Federal (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decidiram suspender as aulas.

Segundo a Urbana-PE, apenas 25% da frota rodou durante a manhã, descumprindo determinação do Grande Recife Consórcio de Transporte, que é o órgão gestor do transporte público na Região Metropolitana do Recife, emitida na última sexta (30), de que 50% da frota funcionasse nos horários de pico e 30% nos demais horários.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários rebateu a acusação. "Hoje, o Grande Recife [Consórcio] disse que houve menos ônibus que o exigido, mas tenho a lista de todos os carros que saíram das garagens e cumprimos, sim, o que foi exigido", afirmou.

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