Bancada pernambucana dividida sobre privatização da Eletrobrás

Antônio Assis
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Jarbas defende a privatização; Daniel alerta para destino de recursos; Wolney e Humberto são contrários
Fotos: Agência Senado e Agência Câmara

JC Online

Se no PSB o sentimento é contrário à privatização da Eletrobrás, entre os parlamentares de outros partidos que compõem a bancada pernambucana, há uma divisão nas opiniões. Muitos alegaram que foram pegos de surpresa e precisam se inteirar do assunto.

Para Daniel Coelho (PSDB), é preciso ficar atento à destinação dos recursos que serão arrecadados com a venda das ações. “Se o dinheiro for usado para investimento e não para pagar despesas de custeio, como folha de pagamento, por exemplo, é viável”, disse.

Jarbas Vasconcelos (PMDB) também mostrou-se favorável à privatização. “Áreas de negócios específicas, como telefonia e energia, por exemplo, podem perfeitamente serem geridas ou co-geridas por quem é do ramo. Na minha avaliação, essa decisão anunciada pelo Governo pode dar mais competitividade para a Eletrobrás tocar suas atividades”, argumentou.

“Se o processo for bem conduzido, pode dar bons resultados. Mas é preciso ser cuidadoso porque se trata de um setor estratégico”, pontuou André de Paula (PSD).

Na ala dos contrários à abertura da estatal ao mercado, está Luciana Santos (PCdoB). A parlamentar classificou como “inaceitável” a privatização. “Nenhum país do mundo diria que sua matriz energética não é estratégica. A insegurança jurídica da proposta é enorme e com uma justificativa absurda, que é fazer caixa para o governo”, declarou. Para Silvio Costa (PTdoB), a única intenção do governo é fazer caixa. “Sou completamente contra a privatização da Eletrobras”, disse.

O deputado Wolney Queiroz (PDT) lembrou da situação da Chesf. “Privatizar a Eletrobrás também significa a privatização da Chesf. Sou contra”, afirmou. “Para tapar o rombo do governo é necessário cortar a carne de outras formas, diminuir ministérios, o número de carros locados, cargos comissionados”, acrescentou Zeca Cavalcanti (PTB).

SENADORES

O assunto também repercutiu no Senado. Armando Monteiro Neto (PTB) mostrou-se favorável à abertura para o capital privado, mas também alertou sobre a Chesf. “É importante constatar que algumas empresas no sistema Eletrobrás cumprem um papel fundamental pro desenvolvimento regional, como a Chesf. Nós precisamos saber, neste modelo, como vamos tratar a questão da oferta de energia nas regiões menos desenvolvidas do País”, declarou.

Contrário à privatização, Humberto Costa (PT) afirmou que iniciará uma mobilização. “Pretendo convocar o ministro para uma audiência pública para que ele possa explicar o que é isso. Além disso, estamos mobilizados com movimentos sindicais e sociais para pressioná-lo em relação a isso”, disse.

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