Em três meses, 2,6 mil multas por videomonitoramento foram aplicadas

Antônio Assis
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Sete pontos são videomonitorados no Recife
Filipe Jordão/JC Imagem

JC Online

Há três meses em vigor em sete corredores do Recife, a fiscalização por videomonitoramento (online) já registrou 2.652 flagrantes de infrações de trânsito. Só por estacionamento em desacordo com a sinalização foram aplicadas 1.048 multas. Conforme a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), já se percebe uma queda de 14,2% nas autuações, o que indica um maior respeito à sinalização. Mas, apesar de o resultado ser considerado muito bom, não há previsão de ampliação do videomonitoramento.

“O objetivo é não permitir carros estacionados irregularmente, inclusive na calçada, para não atrapalhar o fluxo de veículos e de pedestres. Como essas infrações vêm diminuindo, o objetivo está sendo alcançado”, afirma a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. No primeiro mês de funcionamento (3 de maio a 3 de junho), os equipamentos registraram 941 infrações (média de 3,1 ao dia por ponto fiscalizado). No segundo, 904 (média de 3 por dia) e no terceiro, 807 (2,6 ao dia).

Contudo, ampliar o videomonitoramento implicaria em mais custos com pessoal e melhorias na Central de Operações de Trânsito (COT). “Não há perspectiva de aumento desse tipo de fiscalização porque não é prioridade. O foco da central é o monitoramento da cidade inteira e, para autuação, as telas precisam ficar fixas nos pontos. Se um dia formos investir nisso, já temos outras 114 câmeras nas ruas, mas a central precisaria ser ampliada”, declara Taciana.

A COT funciona 24 horas, mas as multas são aplicadas das 6h às 22h. São 20 guardas de trânsito por dia monitorando 16 telas e podendo observar vários pontos de uma só vez. Entre os sete que têm autuação online, o ponto com maior número de infrações é o cruzamento do Largo da Paz com a Estrada dos Remédios, em Afogados, Zona Oeste do Recife, que teve 1.223 infrações registradas. A área tem um forte comércio e pouco estacionamento.

FLAGRANTES

O JC esteve no local e flagrou o motociclista Cícero da Silva, 38 anos, estacionado sobre a calçada. Ele ficou surpreso ao saber que era observado da central. “Não sabia, de vez em quando paro aqui. Estou esperando uma pessoa que foi ao banco. Mas agora que sei não vou parar mais”, afirmou.

O comerciante Paulo Gustavo da Silva, 38, que tem um fiteiro no cruzamento há 28 anos, contou que as infrações são constantes. “O povo para em todo canto, ninguém respeita, a gente não tem cultura. Tem um rapaz que duas vezes por semana estaciona um carrão em frente à farmácia (área proibida), já disseram a ele das câmeras, mas ele nem liga. Não vejo diminuir nada por aqui, mas também tem muita gente que nem sabe”.

Morador do bairro, Márcio Batista, 42, diz que não acredita no efeito das multas. “Isso é só para arrecadar dinheiro, o povo não muda. Meus pais moram em João Pessoa e lá não precisa disso, mal se vê um guarda, mas as pessoas respeitam a sinalização. Agora, os carros atrapalham mesmo estacionando errado”, diz.

Depois do estacionamento em desacordo com a sinalização (que tem multa de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira), as infrações mais flagradas da COT são estacionamento sobre calçada (891) e conversão proibida (319). Nos dois casos, a penalidade é multa de R$ 195,23 e cinco pontos na habilitação.

Os outros pontos fiscalizados estão nas Avenidas Recife, Norte (dois), Conselheiro Aguiar, Agamenon Magalhães e Dois Rios.

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