Votos de deputados eleitos pelo PTB desagradam PT-PE - Renata Bezerra de Melo

Antônio Assis
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Bruno Ribeiro disse, em nota, que posicionamento do PSDB e DEM eram contraditóriosFoto: Reprodução/Internet

Em 2014, o PT não fez deputados federais, mas integrou a mesma coligação de quatro parlamentares eleitos naquele ano. Os petistas guardam bem fresco na memória que ajudaram a eleger esse grupo, cujos integrantes, na última quarta-feira, votaram pelo arquivamento da denúncia da PGR contra Michel Temer. E essa posição desagradou o PT de Pernambuco. "Nós recebemos com extrema indignação. Parlamentares que estão exercendo o mandato com 400 mil votos de petistas, porque estávamos aliados e eles receberam votos e eles exercem mandato porque receberam votos dados a candidatos do PT também e votaram nessa indignidade, que é blindar Temer em relação a crimes", avalia, à coluna, o presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro.

Ele se refere aos votos dados para barrar a denúncia por Jorge Côrte Real, Adalberto Cavalcanti, Ricardo Teobaldo e Zeca Cavalcanti. "Só são deputados porque, além dos votos que receberam, também foram beneficiados por uma coligação que recebeu 400 mil votos dados a Pedro Eugênio, a Dilson Peixoto, a Fernando Ferro, a Mozart (Sales)", detalha o dirigente. Os quatro deputados em questão foram eleitos pelo PTB, cujo líder-mor no Estado é o senador Armando Monteiro, que encabeçou a chapa apoiada pelo PT naquele pleito. Para 2018, há aliados do senador ainda alimentando expectativas de um apoio do PT a Armando. O episódio na Câmara pode ser um fator a mais de distanciamento.

Questão de tempo 
Após a vitória de Michel Temer, há quem aposte na possibilidade de Rodrigo Janot redefinir prioridades. "O mandato de Janot acaba em 15 de setembro. Não faz sentido gastar tempo com nova denúncia contra Temer para ser engavetada, como a primeira", avalia o procurador Cristiano Pimentel, de Pernambuco. Nos bastidores, fala-se que parlamentares federais e até governadores podem estar entre os casos prioritários dos últimos dias de Janot.

Palanque : A ideia de uma eventual candidatura de José Queiroz ao Governo do Estado parte de uma sugestão dada, ainda no início do ano, pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O partido deve ter candidatura própria ao Planalto e um palanque em Pernambuco seria fundamental. 

Paz e amor : Ex-prefeito do Recife, João Paulo, que foi à mesa, na terça, com Paulo Câmara, como a coluna registrou, observa que tem "relação histórica com alguns companheiros do PSB". Diz o seguinte: "Fomos aliados durante muito tempo". Realça o tratamento cordial: "Nunca tive conduta de agredir".

Pode ficar na Alepe : Sobre 2018, João Paulo assegura não ter decidido ainda se concorrerá a deputado federal ou estadual. "Tem uma pressão para que eu vá para federal, que é um pouco o desejo de Lula. Tem uma banda de pessoas mais ligadas a mim, que quer que fique mais aqui, que seja candidato a estadual e tem uma banda da minha família que não quer que eu dispute um mandato. Nesse contexto, vou analisar para o ano", pondera o petista.

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