MPPE cria grupo para investigar corrupção no Recife, Ipojuca e Cabo

Antônio Assis
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Uma verdadeira força-tarefa, formada por seis promotores de Uma verdadeira força-tarefa, formada por seis promotores de Justiça, foi criada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para investigar os crimes de corrupção nos municípios do Recife, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. A medida foi tomada após os promotores demonstrarem forte preocupação em relação aos inquéritos que estavam sob a responsabilidade da Delegacia de Polícia de Crimes contra Administração e Serviços Públicos (Decasp) – extinta pelo Governo de Pernambuco.

A Secretaria de Defesa Social alega que os inquéritos serão encaminhados para o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), mas os promotores temem que importantes investigações não sejam retomadas. A mesma preocupação foi demonstrada por associações, pela Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Pernambuco e até por um dos procuradores da Operação Lava-Jato, mas o Governo do Estado não quis ceder.

Políticos, entre eles prefeitos e vereadores de vários municípios do Estado, estavam na mira da Decasp. Só no Recife, mais de 1 mil inquéritos – parte deles por denúncias de corrupção – estavam em andamento.
Um promotor de Justiça ouvido pelo Ronda JC explicou que o grupo de trabalho do MPPE irá atuar em conjunto para investigar os crimes contra a administração pública no Recife, em Ipojuca e no Cabo, que já estavam em andamento na Decasp.

Uma das investigações diz respeito a supostos contratos irregulares entre a empresa Casa de Farinha, que fornece merenda escolar, e as prefeituras dos três municípios.

Portaria do MPPE prevê que o Grupo de Atuação Criminal Especial (Gace), como a força-tarefa é chamada, será coordenado pelo promotor Luís Sávio Loureiro da Silveira. Já o promotor Maviael de Souza Silva será responsável por acompanhar os trabalhos e prestar os suportes técnico e administrativo necessários.

Já as investigações em relação aos casos de corrupção, na prática, serão conduzidas pelos promotores Helena Martins Gomes (Recife), Henrique do Rego Maciel Souto Maior (Cabo), Alice de Oliveira Morais (Cabo) e Bianca Stella Azevedo (Ipojuca).

Por telefone, a delegada Patrícia Domingos, ex-titular da Decasp, comemorou a iniciativa do MPPE. “Ao longo desse tempo que estive à frente da delegacia, o Ministério Público sempre foi parceiro em todas as investigações”, disse.

Patrícia também informou que não aceitou a vaga de diretora adjunta da Draco porque o cargo seria meramente administrativo. “Fui informada que eu não poderia realizar investigações, por isso não tive interesse.” A delegada ainda não sabe para qual delegacia será removida.

Postado por Ronda JC em 09/11/2018 ás 06:30.

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