Asas da Leitura: MPPE e Funase inauguram biblioteca para marcar o início do projeto que estimula o contato de adolescentes com a literatura

Antônio Assis
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Teve quem pensasse que a gente não ia conseguir escrever um livro sobre a nossa realidade, mas a gente fez. Isso é para todos, porque cada um de nós tem uma história para contar, uma ideia para contribuir"; com essa mensagem o adolescente G. C. S., um dos autores do livro "Diário da Tranca", escrito por socioeducandos do Case Arcoverde e lançado na 13ª Bienal do Livro de Pernambuco, encorajou os adolescentes que cumprem medida socioeducativa nas unidades do Case Santa Luzia, no Recife, e Jaboatão dos Guararapes a participar do projeto Asas da Leitura.

Desenvolvido pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase), o projeto tem como objetivo disseminar a prática da leitura entre os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. Na manhã de hoje (19) socioeducandos, profissionais da Funase e do MPPE participaram do lançamento do projeto e da abertura da biblioteca do Case Santa Luzia.

"Ao estimular o hábito da leitura, nós vamos potencializar cada socieducando através da aquisição de conhecimentos. O engajamento de cada adolescente no projeto também poderá auxiliar, junto com o bom comportamento, na possibilidade de termos uma reavaliação da medida adotada. Estamos com muita esperança de que a iniciativa será bem sucedida, pois foi uma construção coletiva. A Funase não apenas recebeu muito bem o projeto como agregou atividades correlatas à leitura dos livros", destacou a promotora de Justiça Andréa Karla Reinaldo.

Além de estruturar bibliotecas nas unidades da Funase, o projeto também busca articular a leitura às atividades pedagógicas e culturais desenvolvidas pelos professores que atuam nas escolas do Case Santa Luzia e Jaboatão.

"Sabemos que a educação é o carro chefe para a reinserção dos adolescentes que fazem parte do sistema socioeducativo. E a leitura tem um peso muito grande no estudo. Portanto, a gente espera que esse momento traga reflexão para ressignificar a vida não apenas dos adolescentes, mas de todos nós, professores, técnicos, profissionais da segurança, que trabalhamos diretamente com eles", acrescentou a superintendente da Política de Atendimento da Funase, Íris Borges.

De acordo com a pedagoga Tânia Mara dos Santos, já estão sendo elaboradas atividades letivas como desdobramentos da leitura. "Aliado ao ato de ler os livros, queremos trabalhar com os adolescentes a produção de textos, teatro, produção de vídeos", relatou.

Já o analista ministerial em Psicologia Paulo Teixeira apontou que o projeto Asas da Leitura representa a confiança da sociedade no processo de socioeducação e nos adolescentes. "Vocês que estão aqui em uma trajetória de mudança de vida. E os livros fazem isso, compartilham experiências de vida. Quando vocês se dedicam à leitura, às atividades artísticas, os defensores, os promotores e os juízes estão acompanhando a evolução de cada um para retomar as suas vidas", afirmou Teixeira, durante a cerimônia de lançamento.

Campanha de doação de livros — quer saber como cooperar com o Asas da Leitura? O MPPE organizou pontos de doação de livros paradidáticos em três localidades: Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), na rua João Fernandes Vieira, 405, Boa Vista, Recife; sede das Promotorias de Justiça da Capital, na avenida Visconde de Suassuna, 99, Santo Amaro, Recife; e sede da Procuradoria-Geral de Justiça, na rua do Imperador Dom Pedro II, 473, Santo Antônio, Recife.

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