Unidades registram aumento em número de acidentes com motos

Antônio Assis
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Diferente do que ocorreu no ano passado, quando o decreto da pandemia do Novo Coronavírus fez com que grande parte da população estivesse em isolamento social, o que resultou em menos pedestres, carros e motos nas ruas e, consequentemente, a redução no número de acidentes, o primeiro semestre de 2021 revelou que a vida voltou ao “normal”. Unidades de referência no atendimento a traumas e ortopedia, o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, e Hospital Dom Helder Câmara (HDH), localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, ambos na Região Metropolitana do Recife e ligados à Fundação Professor Martiniano Fernandes (FPMF), registraram um aumento no número de vítimas de acidentes com motos no primeiro semestre deste ano, com índices de 10,24% e 5,49%, respectivamente.

Com a aproximação do Dia do Motociclista (27 de julho), as duas unidades fecharam dados referentes a acidentes de motocicletas. De janeiro a junho de 2021, o HMA/FPMF recebeu 452 notificações de entradas de pacientes vítimas de acidentes com motocicletas contra as 410 registradas no mesmo período de 2020. No HDH/FPMF, este ano, 423 pacientes foram atendidos depois de se acidentarem com motos no primeiro semestre. Ano passado foram 401. O perfil principal das vítimas, nas duas unidades, não difere: a grande maioria é do sexo masculino, com idades entre 20 e 39 anos.

O que chama atenção, porém, é que, no quesito de proteção à vítima, os maiores registros, em ambas unidades, são de condutores sem habilitação. “Nós alertamos os motociclistas para os cuidados rotineiros de segurança, com equipamentos de proteção que incluem capacete, cotoveleiras, sapatos fechados e, naturalmente, máscaras contra o coronavírus. Mas nada disso adianta se o motorista não for habilitado para dirigir motocicletas, cuja permissão, no Detran, é diferente do automóvel. A falta de habilidade resulta quase sempre em acidente”, explica Fagner Athayde, coordenador médico do Bloco Cirúrgico do HMA/FPMF.

NATUREZA DO ACIDENTE E LESÕES – No Hospital Miguel Arraes, ano após ano, a colisão é o fator responsável pela maioria das notificações, que avançaram, nesse primeiro semestre, para internação hospitalar, respondendo por 57% dos casos. No Dom Helder, onde 70% das vítimas de acidentes são admitidas por colisões envolvendo moto, as lesões mais comuns são fraturas expostas dos membros inferiores, lesões graves nos membros superiores e amputações, incluindo um alto potencial para infecções e sequelas limitantes.

“A falta do uso de equipamentos de segurança, como capacete, botas, luvas e caneleiras contribuem para a gravidade das lesões, associadas ao uso de álcool e velocidade. Por isso, é fundamental reforçarmos o trabalho de educação no trânsito para usuários de motocicletas”, explica o diretor do HDH, Júlio Arraes.

Secretaria Estadual de Saúde

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