Infeliz 2021

Antônio Assis
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Por Claudemir Gomes

O que aconteceu com o futebol pernambucano? Eis a pergunta que não quer calar.

Apequenou-se! Simples assim.

As causas? Difícil enumerar todas. Entretanto, em todos os setores, observamos que houve uma dificuldade de dirigentes e profissionais em se adaptarem a nova ordem. O resultado não poderia ser outro senão a estagnação no tempo e no espaço, fato que provocou o encolhimento do Estado que antes era a maior referência do futebol da região.

Com dificuldade de analisar o atual contexto com profundidade, uma vez que falta embasamento a maioria dos profissionais que ora militam, a mídia insiste em transformar o produto em pautas de programas de humor. É mais fácil fazer graça do que falar com conhecimento de causa. Sinais dos tempos.

Em 1954, Rubem Moreira chegou à presidência da Federação Pernambucana de Futebol, onde implantou a filosofia de: “UM FUTEBOL PRA CHAMAR DE MEU”. Foi dono, rei. Casou e batizou durante 28 anos, e fez do “afilhado”, Dilson Cavalcanti, seu sucessor, que ficou no cargo 3 anos, tendo caído após uma matéria publicada na Revista Placar, pelo saudoso Marcelo Rezende, que denunciou todos os desmandos do gestor.

A queda de Dilson abriu espaço para a Dinastia dos Oliveiras, que teve uma duração de 26 anos, com 10 da gestão de Fred Oliveira e 16 da gestão de Carlos Alberto Oliveira. Evandro Carvalho, atual presidente, que já tem 36 anos de casa, pois chegou à Entidade da Rua Dom Bosco junto com Fred Oliveira, está há dez anos sentado na cadeira de presidente da FPF, como sucessor de Carlos Alberto. E vai para a disputa de um novo mandato.

A política de “UM FUTEBOL PRA CHAMAR DE MEU”, segue em nome do continuísmo que é alimentado por um modelo arcaico, carcomido, sustentado por ligas parasitas que vivem de favores.

A sustentação do poder através dos votos das Ligas do Interior, consideradas o “Baixo Clero do Futebol”, provocou uma acomodação doentia dos clubes que disputam a Primeira Divisão, que sequer lutam para tirar a legitimidade de vitórias que traduzem bem as trocas de favores.

Os grandes clubes estão mudos. Perderam a voz. Não existem mais ecos, nem ruídos. Ninguém grita para denunciar que o “Rei está Nu”. Afinal, quem ousa bradar contra o deplorável estado de coisas corre o risco de perder os “favores”.

Que favores existem na Lei de Murphy, onde o que está ruim tende a ficar pior?

As recentes pesquisas mostram que os tradicionais clubes pernambucanos – Sport, Náutico e Santa Cruz – estão perdendo espaço, dentro do Estado, para clubes de outras regiões.

Afinal, no futebol pernambucano, nada se muda, nada se cria, tudo se apequena.

Eis o porquê do Infeliz 2021.

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