Uma hipótese abjeta - Carlos Chagas

Antônio Assis
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Jura o senador Romero Jucá: a presidente Dilma prometeu vetar nos próximos dias artigo da mais recente medida provisória aprovada no Congresso, um enxerto que anistia a maior parte das multas devidas aos operadores dos planos de saúde. Para o parlamentar, não havia como expurgar do texto comum aquela aberração, tendo em vista o esgotamento do prazo para votação da MP, que caducaria por inteiro. Assim, foi acertado no palácio do Planalto o veto ao inexplicável favorecimento dessas empresas já conhecidas por descumprir contratos e aumentar as prestações em ritmo bem superior à inflação.
Com o veto presidencial, estará encerrado o episódio? Nem pensar.Torna-se necessário investigar porque o líder do PMDB na Câmara acrescentou o vergonhoso perdão num projeto que nada tinha a ver com planos de saúde. O prejuízo para os cofres públicos será de dois bilhões de reais, caso não haja o veto. Tem azeitona nessa empada, quer dizer, qual o interesse do deputado Eduardo Cunha em privilegiar essas empresas?

A Polícia Federal investiga um monte de denúncias de mal feitos e de corrupção praticados no mundo político. Mais um não sobrecarregaria de trabalho os agentes da lei. Estariam as operadoras dispostas a presentear o autor ou autores da emenda com alguma comissão? Assumiriam financiar campanhas eleitorais daqueles que os favoreceram com tão escandalosas isenções? Claro que o PMDB e seu líder ficariam em péssima situação, se comprovada a abjeta hipótese, mas lucraria a justiça. Tomara que a presidente Dilma não se esqueça de cumprir a promessa.
EXPULSÃO JÁ
Cresce no PT a tendência para expulsar de seus quadros o deputado André Vargas, caso não cumpra a promessa, depois desfeita, de renunciar a seu mandato. Muitos companheiros já se posicionam nesse sentido, depois de frustrados com a renúncia à renúncia.
Permanecendo André Vargas no exercício de suas atribuições, ninguém perderá mais do que o PT em termos de credibilidade e até de votos, no próximo outubro. Mais do que ficar exortando o parlamentar paranaense a renunciar, mas cruzando os braços, caberia ao partido despachá-lo depois de um julgamento curto.

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