GM quer suspender contratos de 5,4 mil funcionários em São José dos Campos

Antônio Assis
0
Lino Rodrigues
O Globo

SÃO PAULO - A General Motors (GM) comunicou nesta quinta-feira o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos que pretende se utilizar do sistema de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para os 5.400 trabalhadores da fábrica local. O comunicado também foi colocado nos quadros de avisos da unidade no interior paulista. Para o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, a medida não se sustenta em qualquer justificativa. Segundo ele, ao contrário das fábricas de Gravataí e São Caetano do Sul, que tiveram queda de produção este ano, a planta de São José dos Campos opera em ritmo normal.
— O sindicato é contrário ao lay-off e defende a estabilidade no emprego e a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salário como forma de garantir a manutenção dos postos de trabalho. Para a implantação do lay-off, a empresa tem de ter a concordância do sindicato — disse Barros, sinalizando que a entidade não aprovará a medida.

Segundo a GM, a suspensão dos contratos dos trabalhadores ainda não tem data prevista para acontecer. O objetivo, informou a montadora, é ajustar a atual produção produção à demanda do mercado brasileiro.
Os trabalhadores da unidade de São José dos Campos, que acabam voltar de um período de 15 dias de férias coletivas (7 a 22 de julho), receberam com surpresa a notícia do lay-off, disse o sindicalista. Além disso, os metalúrgicos da região estão em campanha salarial e reivindicam 12,98% de reajuste nos salários.
— A GM quer se utilizar do mesmo instrumento que já está sendo usado pela Scania, Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford e Peugeot — afirmou Barros, lembrando que, em agosto de 2012, a própria GM colocou 940 trabalhadores em lay-off, o que acabou resultando em 598 demissões em no final de março deste ano.
Em ofício protocolado nesta quinta-feira, o sindicato já havia cobrado da GM estabilidade no emprego, redução da jornada e cumprimento dos acordos coletivos que preveem um total de R$ 3 bilhões em investimentos na fábrica de São José dos Campos.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)