Paulo e Armando ainda sem programas de governo

Antônio Assis
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Júlia Schiaffarino
Diario de Pernambuco

Menos de 20 dias para as eleições e apenas um candidato ao governo de Pernambuco, Zé Gomes (PSol), registrou junto à justiça eleitoral o programa de governo. Os concorrentes ao Executivo estadual que lideram as pesquisas – Armando Monteiro Neto (PTB) e Paulo Câmara (PSB) – apresentou o programa de governo à Justiça Eleitoral. Prejuízo para os eleitores que não poderão confrontar os conteúdos pragmáticos que fujam dos temas colocados em discussão. “O ideial era que esse programa fosse apresentado no início da campanha. As propostas surgem ao sabor dos humores. Se alguém levanta um tema com força isso vira pauta de discussões, caso contrário não”, comentou o cientista político Túlio Velho Barreto. 

No início de setembro os dois candidatos haviam prometido a entrega do documento até o dia 15. Agora, ambos afirmam que o material ainda está em fase de conclusão. De acordo com a assessoria do candidato Armando Monteiro, o texto será fechado até o fim desta semana e no início da próxima, protocolado na Justiça Eleitoral. A assessoria de Paulo Câmara, por outro lado, respondeu que a equipe ainda está em processo de escuta da sociedade para fechar o documento e que não há data para apresentá-lo. Foi ressaltado pelos socialistas, também, que o prazo final é cinco de outubro, dia da eleição. 

“Estamos há 15 dias de fechar um processo eleitoral e usar o argumento de que esse documento ainda está sendo elaborado é muito frágil. Isso mostra como as coisas funcionam”, analisou Túlio Velho Barreto. Ele acrescentou, ainda, que um dos reais motivos para essa demora é que “se os candidatos cravem um programa com compromissos e metas estará amarrado com pontos que poderá vir ou não a cumprir depois”, bem como gerar reações que possam ser vistas como negativas em algum momento da campanha. Em outras palavras, seria mais difícil voltar atrás.
Também em tom crítico o cientista político acrescentou, ainda, que isso reflete o sistema político partidário brasileiro. “Os partidos são pouco pragmáticos e isso reflete nos candidatos e nas decisões dos eleitores que acabam sendo mais emocionais. É um reflexo da nossa cultura e da frouxidão da legislação.”

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