Baixo nível de água da Barragem de Jucazinho preocupa população do Agreste

Antônio Assis
0
Lívia Mota
Folha-PE

Operando com baixo nível de água, a Barragem de Jucazinho, principal fonte de abastecimento da cidade de Caruaru, e de mais 15 cidades do Agreste, preocupa a população. O manancial, considerado o maior do Agreste, com capacidade de aproximadamente 328 milhões de metros cúbitos atualmente se encontra com 18% do nível total. “Se até a próxima quadra de chuvas no Agreste, que compreende os meses de março, abril, maio e junho, ela não for reabastecida corre o risco de entrar em colapso”, afirmou a superintendente da Unidade de Negócio do Agreste da Compesa, Nyadja Meneses. No entanto, ela explicou que a cidade não depende somente de Jucazinho. “Caruaru é abastecida por dois mananciais. Jucazinho corresponde a 60% da oferta, o restante fica com a Barragem do Prata, queapesar de ter capacidade inferior a de Jucazinho, está com 90% do seu nível”, detalhou.
Aguinaldo Lima/Folha de Pernambuco
Jeane Gonçalvez gasta R$ 150 por mês com carros-pipa
Os órgãos de controle estão reticentes com a oferta de chuva. De acordo com o gerente de Meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Patrice Oliveira, as previsões para as quadras de chuva no Sertão ficam na média, o que deve se repetir no Agreste. “No Sertão, o período de chuva começa em dezembro e nos estudos que fizemos o nível de chuva ficará na média. Ainda não fizemos a previsão para a quadra de chuvas do Agreste, que começa quando a do Sertão termina, mas acredito que mantenha o prognóstico”, revelou. O que muito se questiona é se a quantidade de chuva do próximo ano será suficiente para suprir os déficits nos mananciais. Como garantia a população já tratou de aderir reservatórios em suas residências.

É o caso da costureira, Nair Soares, de 55 anos, que instalou uma cisterna no quintal da sua casa, com capacidade para sete mil litros de água potável. “A gente resolveu fazer a cisterna desde a estiagem de 2012. De lá para cá a oferta de água varia, tem épocas que fica melhor, mas agora mesmo não estou recebendo água nas torneiras. Esse racionamento já vem há alguns meses”, afirmou. A moradora do bairro José Carlos de Oliveira, Jeane Gonçalvez, de 32 anos, contou que chega a gastar cerca de R$150,00 por mês com água de carros-pipa. “A gente espera chegar. Fica tocalhando as torneiras e nada de água. Só resta comprar dos carros-pipa. Eu tenho dois filhos pequenos em casa não tenho como ficar muito tempo sem água. Às vezes são os vizinhos que socorrem a gente”, relatou.
Segundo a Compesa, o racionamento de água se dá pela dificuldade no abastecimento e não pela falta de água. “Podemos dizer que Caruaru é privilegiada se comparada a outras cidades do Agreste, como Santa Cruz do Capibaribe e São Caetano, que ficam entre 20 a 28 dias sem água nas torneiras”, enfatizou Nyadja Meneses.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)