Primeiro brasileiro curado de raiva sonha em voltar a andar

Antônio Assis
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Elvis de Lima
NE 10

Seis anos após ser curado da raiva humana, o pernambucano Marciano Meneses da Silva, 21 anos, sonha em voltar a andar. O rapaz continua fazendo fisioterapia duas vezes por semana para tentar driblar as sequelas da doença considerada mortal em 100% dos casos. Hoje, o jovem mora a apenas alguns metros da antiga casa de taipa onde foi contaminado após ter sido mordido por um morcego, na zona rural do município de Floresta, no Sertão do Estado.


Os pais e os sete irmãos de Marciano convivem diariamente com a luta do jovem e o apoiam a continuar com o tratamento. Devido ao atrofiamento das pernas, ele precisa de apoio para se locomover, seja para o quarto, ou para qualquer cômodo da casa, por exemplo. O rapaz passa boa parte do dia em uma cadeira de balanço no terraço da nova residência, localizada na fazenda Santa Paula, a 435 km do Recife. A companhia para todas as horas é uma jandaia, apelidada de kiko, que está sempre por perto.

Devido às dificuldades, Marciano resiste a ir para a escola. "Estudei até a 7ª série [do ensino fundamental] e não tenho vontade de continuar. O que eu mais quero é poder voltar a andar e passear a cavalo", comenta, com a voz fraca. A escola mais próxima fica a alguns quilômetros de onde a família mora no Sertão pernambucano. 


Duas vezes por semana o pai de Marciano, João Meneses, 57 anos, o leva ao centro da cidade para fazer fisioterapia. O procedimento é realizado em um casa alugada pela prefeitura, a 55 km da fazenda onde a família de Marciano mora. Sempre nas segundas e terças-feiras, o município disponibiliza um carro para transportar o jovem e um familiar para acompanhar o tratamento. Uma vez por mês, Marciano também vem ao Recife para fazer exames médicos.

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