Alguma coisa acontece pelo fim da impunidade no Brasil

Antônio Assis
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Juca Kfouri

O que têm em comum a Confederação Brasileira de Vôlei, a Fifa, o Fluminense e uma porção de clubes patrocinados pela Caixa Econômica Federal?
Todos estão perdendo, ou correndo o risco de perder, seus patrocinadores.
E, por quê?
A CBV, que viu o Banco do Brasil suspender o patrocínio por irregularidades constatadas pela Controladoria Geral da União a partir de denúncias feitas pelo repórter Lúcio de Castro, da ESPN Brasil, está em situação semelhante à da Fifa, que viu a Emirates e a Sony se afastarem por não quererem ter sua marcas ligadas a escândalos de corrupção.
O Fluminense, assim como um montão de clubes patrocinados pela Caixa estão arriscados, viu a Unimed dizer adeus porque o futebol brasileiro ficou menos atraente depois dos 7 a 1 e porque, também, é cada vez mais insuportável ver marcas associadas à violência de torcidas.
No caso do Banco do Brasil/CBV há sinais que dão esperanças neste país em que comandantes do partido do governo estão cumprindo pena por causa do mensalão, executivos de empreiteiras, enfim, estão presos e indiciados por causa do escândalo na Petrobras e 377 nomes foram denunciados pela Comissão Nacional da Verdade como responsáveis por torturas, desaparecimentos e mortes durante a ditadura: esperança de que a impunidade acabe e de que não se aceite mais o “rouba mas faz”.
Porque, lembremos, o vôlei é o esporte mais vitorioso do Brasil.
Ou seja: fazer, fez, mas se roubou, era uma vez.
E, por favor, não confunda moralidade com moralismo.

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