Novo sistema pode agilizar doação de órgãos

Antônio Assis
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Agência Fapesp

Está em fase de testes, na Central de Transplantes do Estado de São Paulo, um software desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que poderá encurtar o tempo entre a identificação de um potencial doador de órgãos e a escolha de um receptor compatível.

O sistema foi desenvolvido por alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Zona Leste, sob orientação da professora Cristina Corrêa Oliveira. O trabalho está sendo feito em parceria com os pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Luciana Haddad, Jair Minoro Abe e Alex Cassenote.

“Atualmente, toda a entrada de dados sobre os candidatos a doadores no sistema é feita de modo manual, o que toma muito tempo”, conta Cristina Corrêa Oliveira.

Quando a Central de Transplantes recebe o aviso sobre a existência de um potencial doador, explicou a professora, enfermeiros do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) vão até o hospital para avaliar a condição de saúde do paciente com morte encefálica, fazer exames de sorologia sanguínea, levantar os antecedentes e o histórico médico e contatar os familiares.

“Todas as informações são anotadas em uma prancheta. O enfermeiro volta para o SPOT, digita tudo em um formulário no computador, imprime e envia por fax para a Central de Transplantes. Com o novo sistema, ele pode enviar os dados de qualquer lugar usando apenas um tablet. Basta acessar uma página web”, diz Cristina.

Além de agilizar a troca de informações, o novo sistema permitirá incluir dados sobre doadores que antes não constavam nas fichas, como uso de drogas ilícitas, álcool ou tabaco.

“Depois que a doação é efetivada, tem início um processo de seleção para encontrar receptores compatíveis com cada um dos órgãos viáveis. Esse processo é feito por um outro software já existente na Central de Transplantes, mas nós desenvolvemos um novo aplicativo que poderá ajudar na etapa seguinte: a distribuição dos órgãos”, acrescenta Cristina.

Esse outro software, o aplicativo para smartphone eTransplante, permite enviar com o apertar de um único botão todos os dados do doador para as equipes médicas que acompanham os pacientes na fila de transplante. O médico recebe um alerta em seu smartphone e também todos os dados, incluindo os exames, antecedentes e histórico médico.

“No próprio aplicativo, ele pode informar se tem interesse ou não no órgão e, em caso negativo, fazer a justificativa. As equipes têm até uma hora para dar o retorno e, em seguida, a central entrará em contato apenas com os interessados, começando pelo primeiro da fila.”

Atualmente, esse processo é totalmente feito por telefone e pode demorar muito tempo localizar um paciente compatível. O novo sistema ainda está sendo testado e homologado pela Secretaria Estadual da Saúde. A expectativa é que entre em operação no Estado de São Paulo até o fim de 2015.

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