Médico pernambucano viaja pelo mundo operando mãos de crianças

Antônio Assis
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Em missão humanitária no Cairo, Egito, mulheres com roupas tradicionais observam o médico pernambucano Rui Ferreira
Arquivo pessoal

JC Online

O itinerário de viagens internacionais do pernambucano Rui Ferreira, desde 2004, é extenso e inusitado: no início de 2016 ele esteve no Irã; em setembro visita a região da Palestina. Tem viagem marcada para o Camboja e o Líbano. Jordânia, Vietnã, Egito, México, Chile e Colômbia também entram na lista de lugares visitados. O que define os roteiros é a necessidade que cada país tem para receber as missões humanitárias das quais o médico faz parte. São mutirões de cirurgias reparadoras, especialmente voltadas para crianças e adolescentes com deformidades nos membros inferiores e superiores, principalmente as mãos.

Em parceria com a ONG francesa La Chaine de L’Espoir (A Corrente da Esperança), 74 missões já foram realizadas. “Na Jordânia, fronteira com Síria, os mutirões atendem crianças que estão nos campos de refugiados, mutiladas pelos conflitos”, afirma o médico. Nos anos 1980, o Irã teve atenção especial por causa dos oito anos de guerra com o Iraque - o país já recebeu 12 missões. 

No Egito são comuns os casos de deformidades provocadas por partos mal conduzidos. “O parto é feito de qualquer jeito quando eles descobrem que o filho é uma menina. A mulher não tem nenhuma importância na cultura deles”, testemunhou. “E quatro dos meus cinco filhos são mulheres. Isso me chocou demais.” A Colômbia já recebeu 25 missões. “É o país com maior quantidade de deformidade congênita das mãos no mundo, por causa do veneno usado para combater plantações de coca”, revela.

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