Carol Botelho
Folha-PE
A música pernambucana não seria a mesma sem a Fábrica de Discos Rozenblit, cujo proprietário, José Rozenblit, foi enterrado na manhã deste domingo (30), no Cemitério Israelita, no Barro. O visionário comerciante apaixonado por música faleceu na noite do sábado (29), aos 89 anos, em consequência de um AVC. Poucas pessoas, entre familiares e amigos, compareceram à cerimônia judaica, que foi bastante simples, como pede a religião.
Com a morte dele vai embora também um testemunho histórico da música do Estado, do Nordeste e do Brasil, de 1954 a 1984, período em que a fábrica produziu mais de dois mil discos.
Graças a Rozenblit foi possível, naquele tempo, não depender da indústria fonográfica estrangeira e produzir e comercializar os ritmos pernambucanos como o frevo, baião, coco, xote, maracatu e ciranda. O maior sucesso gravado nas instalações da Estrada do Remédio, em Afogados foi o frevo "Evocação", de Nelson Ferreira. Mas Rozenblit também projetou nomes como Zé Ramalho e Tom Zé.